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terça-feira, 20 de março de 2012

Paes de Barros em Mato Grosso - Totó Paes - Antonio Paes de Barros - governador do Mato Grosso


atualizado fevreiro.2024

Parentes Paes de Barros em Mato Grosso ?
Antonio Paes de Barros - Toto Paes-  é uma figura importante na historia do Mato Grosso. Ele era fundador da famosa Usina Itaicy em Santo Antonio de Leverger / do Rio Abaixo e Governador do Mato Grosso 1903-1906.
Parece que ele foi parente do do meu ramo Paes de Barros .

" Quem foram os avós de Totó Paes ?"

Segundo a genealogia paulistana por Silva Leme, Toto Paes parece ser sido bisneto do meu tio- penta-avô Francisco de Barros Penteado. Este  Francisco de Barros Penteado era filho dos meus hexavós que são:  Fernao Paes de Barros e Angela de Ribeiro. que foram primos entre si. 
 

Mas Attenção. Nao confunde !
Este meu hexavô, Fernão Paes de Barro,s tive um tio-bisavô materno do mesmo nome e sobrenome !  Este ultimo era avô de Artur e Fernando Paes de Barros que frequentemente vieram citados como antepassados de Toto Paes.
Foram sim parentes e relacionados, mas este meu hexa-avô Fernão Paes de Barros, era filho dos meus heptavós Manoel Correa Penteado e Beatriz de Barros. Este ultima era uma neta de Antonio Pedroso de Barros  que era  irmão de este  "primeiro" Fernao.. 
Não confunde os dois "Fernão".  
Isso é o parentesco entre estes irmãos Artur e Fernando e o ramo  dos "de Barros Penteado" do quem poderia (!) descender Toto Paes. 

(Pode ler mais aqui sobre Artur e Fernando em Mato Grosso )



Como jà dito, esta osservação de Silva Leme (genealogia paulistana) sobre Toto Paes é a unica fonte que refere à um parentesco de Toto Paes de Mato Grosso aos Paes de Barros Paulistanos. 

Depois eu tenho esta grande pergunta : 
de onde Silva Leme tirou esta informação que Toto Paes era bisneto de Francisco de Barros Penteado (?) 
Era historia oral, costruida ou confundida no sec. 19 /20  ?

Infelizemente até hoje nada foi encontrado sobre Francisco de Barros Penteado. Nem do seu presumido casamento, nem da sua esposa e nem dos seus filhos ! 

A Genealogia Paulistana (Luis Gonzaga da Silva Leme) como também a Nobiliarquia Paulistana (Pedro Taques de Almeida Leme) e muitas outras genealogias, são documentos, escritos em varios periodos de historia e contém indicaçoes interessantes, mas a vezes não são completos ou errados, exactamente como hoje.

A historia está sempre se renovando, sendo reescrita, sendo alimentada pela memória coletiva, e pelas versões oficiais. Acima de tudo ela nos diz muito sobre quem está ou estava no exercício do poder. Nas varias epocas de historia trasferida-nós do que tem o poder, foi usado também esquecimento, o silenciamento, o ocultamento.

Deve-se analisar - decifrar com muita cautela todas as notas e datas !

Ainda: até hoje são desconhecidos as datas de Francisco de Barros Penteado e de sua esposa em Goiàs. Se ele casou em Vila Boa de Goias, deve-se descobrir o seu casamento e talvez os registros dos seus filhos.

Isso é a grande lacuna sobre “o parentesco" dos Paes de Barros de Sao Paulo e o Toto Paes de Mato Grosso. Faltam totalmente as datas e fontes primarias sobre os filhos e o casamento de Francisco de Barros Penteado em Vila Boa de Goyaz.



Grafico parentesco de Barros e Penteado segundo Silva Leme

Antepassados de Toto Paes e seus irmãos


Tenho em mâo copia do trabalho do Prof. Adauto Alancar, historiador e autor do «Roteiro genealogico mattogrossense» que pesquisava tambem a arvore genealogica de Toto Paes e seus irmãos nos registros paroquiais. (fonte em baixo)
Resumindo o seu trabalho "Coronel Antonio Paes de Barros, roteiro genealogico",e pesquisando nos jornais da época, tenho o seguinte resumo sobre a ascendencia de Toto e seus irmãos :

O mais antigo dos antepassados de Toto Paes do quem se tem registros é Antonio Paes de Barros (I) , pai de Joaquim José Paes de Barros e avô paterno de Toto Paes e seus irmãos.
De este primeiro Antonio Paes de Barros nâo consta o lugar de nascimento, nem quem foram os pais.

Antonio Paes de Barros (I) casou cerca em 1826/27 com Maria de Campos Rendon, viuva de José de Barros Pereira que havia falecido em 1825. 
Maria de Campos Rendon tive jà 4 filhos de este primeiro casamento que sâo : 
- Salvador de Barros (nasc. 1816),
- Joao Leite de Barros (nasc. 1820),
- Ana Custodia de Barros (nasc. 1818 e casada com Francisco de Paula Nunes) e 
- Manoel de Barros Pereira (nasc. 1823) casado com Rosa Leite de Paula.

Talvez pesquisando estes parentes que tem tambem o "de Barros" no sobrenome (!), o que poderia crear confusâo, se pode descobrir mais sobre Antonio Paes de Barros (I).  


1.Antonio Paes de Barros (I) e Maria de Campos Rendon tiveram 4 filhos legitimos:

1.1. José, batisado em 21.6.1829 na catédral de Cuiabà. Deveria haver falecido criança porque não consta no testamento do pai.

1.2. Joaquim José (I), (que segue), baptizado na Catédral de Cuiabà em 6.6.1830 e falecido em 14.10.1893.

1.3. Francisco, baptizado em 31.12.1831, tambem presumilmente falecido criança porque não consta no testamento do pai.

1.4. Marianna, baptizado em 4.4.1833. Ela casou com Candido Aureliano Costa.

Antonio Paes de Barros tive dois filhos ilegitimos que constam no seu testamento :

1.5. Delfina Maria de Jesus. Ela casou com José Teixeira Moreira

1.6. José da Costa Arruda, filho de Joana Maria da Silva, mulher solteira

Seguem os descendentes de 1.2.Joaquim Jose Paes de Barros (I) e de Maria Vieira de Almeida :

Joaquim José foi o primeiro usineiro de Mato Grosso ao instalar a Usina Conceição em 1888, produtora de açúcar e aguardente. A priorie os filhos deles, o Cel. Totó Paes com seus irmãos,auxiliaram no funcionamento dessa usina. Somente mais tarde, Toto Paes conseguiu comprar a Usina Itaicí com a experiência adquirida através dos negócios da família. 

Joaquim José Paes de Barros nasceu em 1830 e faleceu em 1893.. 
Sendo orfão de mãe em 1843 e depois de pai em 1844, casou com 16 anos em 1845 com Maria Gloria Vieira de Almeida que à epoca hàvia 12 anos (nascida cerca em 1834). Ela era filha de Francisco Vieira de Almeida e de Ines Vaz da Silva. Sendo Joaquim José orfão era o proprio sogro, Francisco Vieira de Almeida que reuquereu a alvara para que se realizasse este casamento.

Joaquim José (I) em 1860 era tenente, depois Coronel. Nada encontrei nas seguintes 2 decadas sobre ele até ca. 1878. Refere um jornal que ele e os seus filhos eram  "lavrador." sabiam ler, a renda, e foram todos eleigiveis. Isso me faz entender que foram interessantes para então politica.
Joaquim José depois em 1888 fundou no Rio Abaixo, a primeira usina açucareira do Estado de Matto Grosso: A Usina da Conceição que depois foi dos seus filhos : João, Pedro, Henrique, José e Joaquim (irmaõs de Totó Paes) com o nome Barros & Irmãos.

Joaquim Jose Paes de Barros (I) faleceu em 1893 e Maria Vieira de Almeida faleceu em 20.6.1889.
A sociedade Barros & Imãos mais tarde após o falecimento do pai, em 1897/98 foi dissolvida, sendo o filho Joâo Paes de Barros o unico dono. Os irmãos Henrique, José e Pedro foram donos da fazenda Pindahybal, e Toto fundou a Usina Itaicy. (ver mais adiante) em 1897,


1.2. Joaquim José Paes de Barros (1830-1893) e Maria Vieira de Almeida (ca. 1834-20.6.1889) foram pais de 12 filhos: São: 

1.2.1. Totó (Antonio II),15.12.1851-, baptizado na Matriz de Santo Antonio Leverger /Rio Abaixo em 28.3.1852) - 06.07.1906.

Ele Casou em 1878 na casa do seu sogro com Ursula Angela de Oliveira Pinto, (ca. 1861- 15.11.1915), filha do cap. Miguel Angelo de Oliveira Pinto e de Francisca Rosa de Oliveira.

Seu tumulo simbolico está desde 2006 localizado no Campo de Instrução Marechal Rondon da 13ª Brigada de Infantaria, na rodovia da Chapada dos Guimarães, Coxipo do Ouro. (antiga fabrica da polvora). No local, Totó Paes foi assassinado depois de perder a Revolução de 1906. Dizem que foi sepultado ai .Porém seus restos mortais foram levados pela família em 1907 para o Rio de Janeiro.Vale ressaltar que a área onde está localizada a Fábrica de Pólvora, ainda é controlada pelo Exército até os dias atuais, sendo utilizada como campo de instrução para suas tropas, inclusive, com utilização de armamento pesado).

Antônio Paes de Barros – Toto Paes - foi presidente de Mato Grosso entre 1903 e 1906, quando no dia 6 de julho, foi morto por integrantes da milícia de Generoso Ponce, contra quem combateu na chamada Revolução de 1906./ Pecuarista, industrial, político e empreendedor, Totó Paes foi considerado o “pai da indústria” no Estado. Entre seus feitos de empreendedor, criou em 1896 a famosa Usina de Itaicy, uma ousada construção com tecnologia e equipamentos importados da Alemanha e modernisima na epoca.

Apos a sua morte a familia mudou (escapou) para Rio de Janeiro e a fazenda Itaicy foi saqueada. Sua esposa Ursula Angela de Oliveira Barros faleceu em 15.11.1915 em Rio de Janeiro e foi enterrado em dia 16.11.1915 no cémiterio S. Joâo Baptista..
Toto e Ursula tivem 4 filhos: Alice, Ana Clara, Aida, Miguel Ângelo e mais um do qual eu nâo tenho certeza :Sebastião de Barros. (Sebastiao nâo consta entre os filhos citados no obito da mãe).


1.2.2. Joaquim Jose (II) (o filho), 10.8.1853, (bat. Em Santo Antonio de Leverger) em 11.4.1854), faleceu em 19.05.1896. Ele casou em 23.6.1882 com Rozalina Carolina de Carvalho (bat. 13.1.1861), filha de Antonio Henrique de Carvalho,( dono do engenho Sao Miguel) e de Teresa Rodrigues. Joaquim José era dono da fazenda Pyndahival com os seus irmãos.Apos a sua morte Rozalina,a esposa, herdeira de Joaquim José, se retirou da sociedade, Ela foi paga e satisfeita de seus capitaes e a Barros & Irmãos ficou somente aos irmâos Pedro, Joao, José e Henrique.


1.2.3. Ines, ca. 1850/51. Ela casou com 19 anos em dia 22.11.1870 com o Coronel Severo José da Costa Silva.  [Se ela tive 19 anos em 1870, deveria ser a primeira dos filhos de Jose Joaquim e deveria ser nascida antes de Toto....nota por Tiffany]


1.2.4. Manoel Antonio, nasc. 13.6.1855, (bap. 24.2.1856 em Santo Antonio de Leverger). falecido 18.11.1939 em Aquidauana.
Ele casou com 27 anos a primeira. vez em 4.7.1882 com sua prima Antonia Maria Vieira de Almeida, 29.09.1864 e falecida em 21. 06.1899. Antonia Maria Vieira de Almeida foi inventariada em 1900. O seu jazigo, ainda conservado, està na ex-fazenda "Boa Vista" do Manoel Antonio Paes de Barros
Ela era filha do cap. Antonio Vieira de Almeida e Joaquina Metello.

Casou Manoel Antonio pela segunda vez com Virginia Trindade, falecida em 1950.
Em tudo Manoel Antonio Paes de Barros tive 7 filhos, 6 com a primeira e 1 com a segunda eposa.

 

Em 1930 vive e é residente em Aquidauna (isso refere o jornal  "A cruz" do 15.05.1930  no obito do irmao Jose ). Refere este jornal tambem que ele era no comercio de gado  Efeitivamente ele possui alguns imovèis rurais entre outros  "fazenda Boa Vista"..e a "fazenda Pirainha". Era prefeito em 1930 de Aquidauana  cidade que ele fundou em 1892 com outros 4 fazendeiros.   

Manoel Antonio Paes de Barros faleceu em 18.11.1939 e està enterrado no cémiterio municipal de Aquidaúna. A sua casa onde tive a sua resdencia na cidade foi costruido em 1918 . Hoje é "museu da Historia Pantaneiro Manoel Antonio Paes de Barros"  

busto em Aquidauana do Manoel Antonio Paes de Barros, fundador da cidade

 


1.2.5. João, batizado em Santo Antonio, 8.9.1857 e falecido em 31.07.1905.
(coronel e vicepresidente do Estado de Matto Grosso). - Ele casou com Ana Francisca Galvao de Barros , falecida em 9.8.1945, filha de criação do Tenente Jose Leite Galvão.
Joao apõs a dissoluçao da Barros & Irmãos era unico dono da usina Conceiçao (usina fundado por seu pai em 1888). Esta usina foi vendida por os seus herdeiros. (Ana Galvao, esposa de João. em 1920 trasferiu o seu estabilimento "Usina Conceição" aos srs Cardozo e Oliveira).

João Paes de Barros faleceu em 31.07.1905 na cidade de Cuiaba onde residia na rua 13 de Junho, após 2 anos de enfermidades . Foi sepultado em Santo Antonio de Leverger. Tive 9 filhos.


1.2.6. Francisco, nasc. em 28.2.1859 , (bap.em Santo Antonio em 14.6.1859). Faleceu antes do pai. Poderia ser ele que em 1880 era o filho que havia falecido na uma explosão na usina ?


1.2.7. Rosalina, nasc. 28.12.1861, (batizada. 30.3.1862 em Santo Antonio). O seu padrinho foi o barão de Aguapei (Joao Batista de Oliveira). Ela casou com Antonio Angelo de Oliveira Pinto. Ambos eram jà falecidos em 1893.


1.2.8. Henrique, nasc. 15.7.1864, bat. 21.8.1864 em Santo Antonio. Era coronel. Casou com sua parente Ines Vieira de Almeida, filha do cap. Antonio Vieira de Almeida e de Rita Gaudei Serra.
Henrique apos a dissoluçao da Barros & Irmaos tive a Fazenda Pindahyval com os seus irmãos Pedro e José. Mais tarde em 1899 tive a fazenda Tatuzinho e a fazenda Santo Antonio de Paraizo. Em 1917 foi residente na Fazenda Santo Antonio de Paraizo tive tambem a fazenda Trinidade (1919). em 1914 foi presidente do directorio do partido conservador do municipio de Santo Antonio


1.2.9. Maria Gloria, ca. 11.05.1866 (bap. em Santo Antonio em 30.5.1866 com 19 dias) - . Ela casou em 1877 no oratorio do seu pai com Salvador Soriano de Almeida .Parece que Maria Gloria hàvia somente 11 ou 12 anos quando casou.

Salvador Soriano de Almeida era filho do alferes Manoel Fernandes de Almeida e de Rosa Maria Teixeira. Salvador Soriano faleceu em 15.6.1915 e é sepultado na fazenda Corixo, como tambem a sua esposa Maria Gloria. Esta fazenda Corixo era do genro, o Dom Jorge Reiners casado com Leopoldina, filha de Maria Glora.. Dela descende Carlino Reiners, veia mais adiante.


1.2.10. Jose, ca.a 1867, era major em 1898, Parece ele que faleceu em 1930 em Santo Antonio de Leverger.


1.2.11. Pedro, bapt. 8.12.1872, faleceu solteiro em1948 (?). Foi capitao.


1.2.12. Ana, bap. Em Santo Antonio 4.4.1875 com 6 meses.

 

Sobre 1.2.1 Antonio Paes de Barros "Totó Paes"

Existem muitos livros e trabalhos sobre o coronel Antonio Paes de Barros naqueles hoje se tenta analisar os motivos de assassínio do governador de Matto Grosso. Mas tem ainda muitas lacunas sobre a sua vida.

>> Após sua morte a memória de Totó foi juntada a imagens de um homem violento, cujas atitudes envergonharam o estado. Os Paes de Barros desapareceram do cenário político do Mato Grosso. Foram economicamente minados, a viúva de Totó Úrsula mesmo herdeira de muitas terras passou por dificuldades e pediu pagamento dos salários atrasados do governador.

Quanto a isso, conferimos no campo das representações que a imagem do Cel. Totó Paes passou de industrial empreendedor para o de governador assassino. Embora haja registros apontando o lado positivo do coronel considerando o seu espirito empreendedor, o que permaneceu mais proeminente foi a versão negativa. Isso é bastante evidenciado em A visão dos vencidos, no qual é discutida a interpretação da pessoa do coronel pelo ponto de vista dos vencedores, isso quer dizer, de Generoso Ponce. Este foi o responsável por transmitir uma história à sua maneira, imagem essa bastante negativa do presidente, visão que permanece até os dias atuais.

A construção dessa imagem serviu para justificar a razão de seu assassinato, pois visto como autoritário, truculento e alguém que adotava práticas de barbárie era mais fácil convencer a opinião pública de que a versão dos seus opositores talvez fosse a melhor opção. <<
texto por EMILENE Fontes de Oliveira

Em nenhum momento deve-se descolar um personagem do circulo social e histórico ao qual o mesmo pertence. A República Velha foi um período conturbado na política do Mato Grosso e do Brasil, quando fatos tais como a história de Totó Paes foram comuns. 

Usina de Itaicy





Usina Itaicy, foto wikipedia


Foi o primeiro lugar de Mato Grosso a ter energia elétrica e tinha uma infra-estrutura audaciosa para aqueles tempos, com farmácia, capela, escola, dezenas de casas (em estilo popular padronizado), aulas de música para as crianças e, inclusive, tinha moeda própria, cunhada ali mesmo.
.


A Usina de Itaici localiza-se no município de de Santo Antônio do Leverger, e tinha por modo de produção a industrialização da cana-de-açúcar, não se caracterizou por um único e belo prédio, mas, principalmente, por ser o embrião de um processo de industrialização e de um modo de produção característico e novo para Mato Grosso. Sua construção data de 1896, em estilo eclético; começou a ser edificada em 11 de junho de 1896 e terminou 14 meses depois. 
Estima-se que algo em torno de 1000 operários participaram da construção. O maquinário, importado da Alemanha chegou ao local por transporte fluvial. De 1900 a 1920 Itaici teve o seu período de esplendor. Chegou a abrigar uma população que registrava perto de cinco mil pessoas. Desativada - Itaici parou de produzir em 1957, mas sua decadência teve início na década de 30. Atualmente encontra-se desativada e com Tombamento Histórico pela Portaria nº 55/84, D.O. 08/01/1985; a situação atual está em processo de recuperação.

Um dos sócios da Usina Itacy, cita : 
“(...) vencido o corpo físico, os alvos foram seu legado material e político. Após o conflito armado, tanto a casa particular de Totó Paes quanto a Fazenda Itaicí foram saqueadas. A família teve que mudar-se às pressas para o Rio de Janeiro. Na sequência, seus credores, entre os quais estava o 3º Vice-Presidente do Estado, João Batista de Almeida Filho, sócio da firma Almeida & Cia, que havia financiado a construção da Usina Itaicí, entraram na justiça para executar dívidas. Ao fim do julgamento, a Usina Itaicí, considerada a mais moderna do Estado, foi parar nas mãos da empresa Almeida & Cia".

 

Descendentes de Toto Paes e de seus 11 irmãos : 

1. Totó Paes de Barros foi casado (1878) com Ursula Angela de Oliveira, tivem:
    • Miguel Angelo, nascido 1.10.1879 (bapitzado 18.11.1879). Faleceu antes do pai, antes 1906.
    • Alice, 2.12.1882, (bapt. 30.5.1893). falecida 29.12.1921 em Rio de Janeiro. Ela casou com Joao de Aquino Ribeiro, chefe de Policia na epoca de Toto. Mudaram na Rio de Janeiro após a morte de Toto. Tiveram 6 filhos: 
        • - Alice,  7.4.1902, bat.em Sao Gonçalo da Pedra em 19.3.1904) casada com Mauro Macedo Behring) 
        • – Antonio, 30.6.1903,( bat em. Sao Gonçalo da Pedra em 19.3.1904 com a irmã Alice supra) 
        • - Armando, 
        • - Pedro, 
        • - Thomaz, 
        • - Carolina Barros de Aquino Ribeiro.
      • Ana Clara 10.12.1895, (bap. S. Antonio Rio Abaixo em 23.9.1897), solteira, falecida 10.6.1977 em Rio de Janeiro
      • Aida 14.8.1900 – falecida 18.12.1989 em Rio de Janeiro; era professora
      • Sebastião de Barros, do qual nâo tenho certeza. Nâo consta no obito da mãe com os outros irmãos. (Como refere o descendente Nelson Ferreira de Barros nos comentairos em baixo, Antonio "Totó" Paes de Barros tive um filho com uma trabalhadora negra da fazenda, de nome Sebastião de Barros. Sebastião excercia a função de dar a manutencão nas maquinas na usina "Itaicy" )

        2.Joaquim Jose (II), o filho, nada sei dele e de descendentes

        3. Ines casada com Severo José da Costa com parece somente 11 anos (!), nada sei dos descendentes.

        4. Manoel Antonio Paes de Barros, casado com
        1. vez com 
        sua prima Antonia Maria Vieira de Almeida em 1882. 
        filhos:
        • Zozima . 1884- 1958, falecida em Rio de Janeiro, casada com Antonio Simão da Silva, filhos - Ignes - Antonio -Luiz - José
        •  Anna 1890 -1954, falecida em Rio de Janeiro, casada com Joaquim Marcelino da Silva, filha - Nair de Barros;
        • Alzira 1891-1985, falecida em Ponte Porã, MT, casada com Joao Trinidade com os filhos - Calipso - Rosalina - Atilio
        • Antenor 1895-1965, falecido em Sao Paulo SP,
        • Carmina, casada com Thomaz Mello Trinidade, filhos -Ary e -Atair
        • Donana, provavelmente falecida na infancia
        Com a 2nda esposa  Viriginia Trinidade tive 
        •  Oscar Trindade de Barros 
        Manoel Antonio Paes de Barros com a primeira esposa Antonia Vieira e 3 dos filhos
        data desconhecida
        foto encontrada no familysearch




        Alzira Paes de Barros, filha de Manoel Antonio Paes de Barros e Antonia Viera
        foto encontrado no familysearch (Tasso)


        5. João  Paes de Barros casado com Ana Francisca Galvao de Barros, tivem: 
        •  Armindo 22.4.1886-16.2.1919 tenente coronel, deputato em 1918, fez um viajem na Europa onde permaneceu na Italia 1914-1916. Ele foi assasinado com 5 tiros de revolver por seu irmão Henrique sobrinho em 1919.
        • Palmyro 1887-1967, casado em 10.1.1914 com Ana Theresa de Carvalho (filha do major Eduardo Soares de Carvalho, industrial, mais tarde dono de Usina Sao Miguel. (falecida em 14.6.1982 em Rio de Janeiro) os filhos: - Mario, - Paulo, - Joao, - Carlos e - Oscar, - Luzia, - Eliza,- Leda, - Maria, - Djalma.
        Palmyro ou tambem Palmiro, nasceu ca. 19.5.1887 e faleceu em 1967 . Era Vice presidente do Estado , prefeito Municipal, casado com Ana Theresa de Carvalho (nasc 26 ou 29..5. 1896 e falecida em 14.6.1982 em Rio de Janeiro). Palmiro após a morte do irmão Armindo foi dono da usina Conceição, herdado do pai Joao Paes de Barros que era falecido em 1905. A Usina Conceição foi vendida. Em 1928 ele fundou a Usina Maravilha , localizada às margens do Rio Cuiabá, a qual começou as atividades como destilaria de aguardente de excelente qualidade denominada "Formidável". Era de propriedade de Alberto Garcia que se uniu em sociedade com Palmiro Paes de Barros, dando início à construção da usina. Mais tarde, Palmiro Paes de Barros tornou-se o único proprietário até o ano de 1961. Depois foi vendida Atualmente a usina encontra-se deteriorada pela ação do tempo. Na papelada do estabelecimento aparecia a razão social “Usina Santo Antônio” por causa de promessa feita ao santo por a esposa do proprietário, apos um grande incendio em 1929. Mas todos a conheciam por Maravilha.Tive uma dissidência nas relações familiares. Rompido com a esposa e filhos, que foram morar no Rio de Janeiro, Palmyro Paes de Barros faleceu no dia 27 de outubro de 1967 na Santa Casa de Misericordia. Parece haver vivido os ultimos anos na miséria, morando na Pensão Santa Helena em Santo Antônio de Leverger, 
        Uma última homenagem lhe foi prestada - em reconhecimentos do seu merito- no ano de 1975 batizando a rodovia entre Cuiabá e Leverger com seu nome .
        Ele e sua esposa Ana Theresa de Carvalho foram pais de 10 filhos, (casados segundo o jornal da epoca com as seguintes pessoas):

        - Mario (assessor para Assuntos agricolas em Quito Equador, depois engenheiro da Organizaçao dos Estados Americanos servindo em Bolivia.)
        - Paulo, alto funcionario federal na Guanabara e advogado
        - Joao, residente na Guanabara
        - Carlos medico psiquiatra, , official da reformada na Aeronatuica, prof. na Guanabara 
        - Oscar, jà falecido em 1967 
        - Luzia casada com o Ministro e conselheiro Benedito Vaz de Figureido, 
        - Eliza casada com Julio Alves Ferreira comerciante na Guanabara, 
        - Leda casada com (Nelson) Noel Gama do Nascimento, alto funcionario da Caixa Economica Federal,
        - Maria das Dores 13.9.19??(Dorita), funcionaria na Guanabara, casada em 29.6.(?)1957 em Rio de Janeiro com Mauro Annunziato
        - Djalma jä falecido em 1967, pelo meno uma filha : Isilda que se casou em 25.9.1976 com Romildo, filho de Agenor Gusmao de Andrade.
        • Joaquim 1889-1975, Secretario da Escola Normal, falecido em Volta Redonda (RJ), casado em 1913 com Adalgisa Peixoto (filha do Commendador Francisco Sizenando Peixoto). 
          • filhos 
          • - Francisco Paes de Barros - , dentista, que em 1937 casou com Maria Stella Alves Correa.
          • - Maria, casada em 6.3.1938 com Aristeu de Figueiredo, funcionario dos Correios e Telegraphos;
          • - Adelina, falecida em 25.8.1936, professora do grupo Escolar "Joaquim Murtinho", casada com Aureo Rodrigues de Araujo, na epoca do falecimento tive 4 filhos menores
          • Lindolfo ?? (segundo Benjamin R. Santos que deu um comentario sob este postagem) casado segunda vez com Havelina Margarida da Costa.
          • outros ???

        • Lydia 1900-1989, casada com Manoel Ribeiro de Carvalho , falecida em Rio de Janeiro 2 filhas;
        • Antonio
        • Clarice
        • Henrique Sobrinho, coronel, assasinou o seu irmao Armindo. Foi assasinado ele mesmo em Aquidauna em 1932.
        • Antonia, "BRANCA", nascida em 1893 . Ela casou em 1917 com o italiano Fioravante Barbieri,(casa Mozilli e Renascença Cuiaba) nascido em 1890 em Cosenza, Calabria entâo reino Italia, no oratorio particular na residencia da noiva na rua 13 de Junho em Cuiabà.  Como refere um descendente nos comentários abaixo, eles se mudaram para São Paulo em 1933 e tiveram 4 filhos. - Dèa,  - Carlo, - Ebe e  - Nea Barbieri . - Antonia, apelidada tambem Branca, parece ter sido a primeira mulher Cuiabana que dirigiu um automovel, uma Fiat modelo 1926. 
        • Antonia "Branca" Paes de Barros, filha de Joao Paes de Barros e Anna Francisca Galvâo de Barros com seu esposo Fioravante Barbieri


        • Pedro
        • Angelina (?)  consta no jornal Matto-Grosso em 1918, falando dela e de aniversario da filha Angelina.



        6. Francisco, nasc. Em 28.2.1859 .Faleceu antes do pai. Não sei se era casado.



        7. Rosalina nasc. 28.12.1861. Ela casou com Antonio Angelo de Oliveira Pinto.  Ambos eram jà falecidos em 1893. Tivem uma filha:

        • Maria Rosalina de Oliveira Pinto.


        8. Henrique, nasc. 15.7.1864, Era coronel. Casou com sua parente Ines Vieira de Almeida, filha do cap. Antonio Vieira de Almeida e de Rita Gaudei Serra (natural da Polonia).
        Henrique apos a dissoluçao da Barros & Irmaos, tive a Fazenda Pindahyval com os seus irmãos Pedro e José. Mais tarde em 1899 tive a fazenda Tatuzinho e a fazenda Santo Antonio de Paraizo. No mesmo ano pediou com os irmaos Pedro e Jose de medir um lote de terra de mil hectares sempre no Rio Abaixo. Em 1917 foi residente em Santo Antonio de Paraizo e tive tambem a fazenda Trinidade (1919). Em 1914 foi presidente do directorio do partido conservador do municipio de Santo Antonio. Tive entre outros os filhos:


        • Armando, casado. (pelo meno 2 filhos: Armando filho e Zilma)
        • Olinto
        • Joaquim José (III), casado com Adelaide da Costa Marques (filha do Major Alfredo da Costa Marques ???). 
          • Este casal tive 8 filhos. Um deles Alfredo
        • mais outros ??
        Ines Vieira de Almeida, esposa de Henrique Paes de Barros
        filha do cap. Antonio Vieira de Almeida e de Rita Gaudei Serra (natural da Polonia).
        fotocredits, Marcos Cesar Lopes Barros





        Armando Paes de Barros, filho de Henrique e Ines Vieira de Alemida.
        Fotocredits Marcos Cesar Lopes Barros



        9. Maria Gloria, bap. em Santo Antonio em 30.5.1866 com 19 dias. Ela casou no oratorio do seu pai com Salvador Soriano de Almeida em1877. Parece que casou com somente 11 ou 12 anos de idade. Salvador Soriano de Almeida era filho do alferes Manoel Fernandes de Almeida e de Rosa Maria Teixeira. Salvador Soriano de Almeida faleceu em 15.6.1915 e é sepultado na fazenda Corixo, como tambem a sua esposa Maria Gloria. Esta fazenda Corixo era do genro, do Dom Jorge Reiners casado com Leopoldina. veia adiante.




        Salvador Soriano de Almeida e sua mulher MARIA GLORIA PAES DE BARROS,
        foto enviada por Esmeralda Reiners em 2024


        Maria Gloria e Salvador tivem pelo meno :
        • Leopoldina   casou com Dom Jorge Reiners (Karl Heinrich Reiners), natural da Alemanha. Foram pais de :
          • José, falecido na infancia de tifo
          • Carlos Reiners, (1907-2010) que segue
          • Erna Reiners, casada com João Henrique Vilà.
          Leopoldina  faleceu de tifo em ca. 1908/09
          Carlos e sua irmã Ema foram criados pela avò Maria Gloria e pela tia e madrinha Ana Maria de Almeida Pompeo.

          Casou Carlos Reiners 
          1° vez em 2 de maio 1936 com Antonieta Texeiro Ribeiro  (falecida em 10 de junho 1948) 
          2°  em  27 de junho1951 vez com Benedita Serafina Carvalho 
          Ao todo, são 14 filhos, frutos de seus dois casamentos. 

          Viveu sua infância na Fazenda Ponta do Morro, aos cuidados - até assumir sua própria vida- , de sua avó, Maria da Glória Paes de Barros Almeida, pois sua mãe faleceu quanto ainda estava com um ano e oito meses de idade.
          Aos 7 anos, com o falecimento de seu avô Salvador Soriano de Almeida, mudou-se com a avó para a casa de Dom Jorge, que vivia na Fazenda Corixo. Ai na fazenda Corixo foram sepultados  Maria Gloria Paes de Barros Almeida e Salvador Soriano de Almeida, os avós de Carlos Reiners.
          Trabalhou como boiadeiro, comprador de gado e outras atividades.
          Dessa maneira, construiu seu Patrimônio e sua Família, da qual tem grande e óbvio orgulho.
          Faleceu com 102 anos , pouco antes do seu 103 aniversario em dia 25.6.2010.

          Carlos Reiners nasceu em 10.8.1907. e foi filho de Karl Heinrich Georg Reiners, chamado Dom Jorge, e de Leopoldina de Almeida, a sobrinha de Totó Paes e filha de Maria Gloria (irmâ de Toto Paes)..
          Dom Jorge Reiners foi engenheiro mecânico, especialista na montagem de máquinas para Usina de Açúcar. 
          O coronel Antônio Paes de Barros era o proprietário da Usina Itaicy e adquiriu em Buenos Aires, capital da Argentina, todo o maquinário alemão do qual a firma portenha era representante. 
          Diz Carlos Reiners :
          Como nas cercanias de Cuiabá e de Mato Grosso não existia pessoal especializado para proceder à montagem da nova usina, Totó Paes pediu e conseguiu que a concessionária Argentina mandasse para Cuiabá o engenheiro Jorge Reiners para acompanhar as montagens das máquinas. E o papai chegou à Usina Itaicy no ano de 1903 com a incumbência de supervisionar a implantação e treinar pessoal que pudesse prestar assistência técnica à usina. Como a mão de obra local era fraquíssima teve que colocar a mão na massa, isto é, fazer praticamente sozinho a montagem. Habilidoso, o Coronel Totó Paes conseguiu que a permanência do papai fosse prorrogada por mais um ano e, nesse ínterim, ele não resistiu aos encantos de minha mãe, sobrinha de Totó. E logo estava casado com minha mãe D. Leopoldina de Almeida Reiners.

          Refere o trisneto de Totó Paes, o Felix Reiners que

          << Para adiantar, o meu bisavô , Karl Heinrich Reiners, nasceu em Bonn (alemanhã), veio para a américa do Sul, específicamente para construir usinas hidroelétricas na Argentina.O projeto não deu certo, então ele foi convidado pelo Sr. Totó Paes de Barros (não sei exatamente como se conheceram), para vir ao Mato Grosso para dar continuidade ao projeto da construção das usinas que até hoje existem como pontos históricos.Após alguns anos de trabalho, meu bisavô Karl, tinha a intenção de voltar para a Alemanha. Deveria receber em dinheiro pelas obras do Sr. Totó de Barros. Porém, foi aconselhado a não cobrar o dinheiro, pois a família Paes de Barros tinha a fama de mandar matar quem os cobrasse.Por isso acabou ficando por aqui, recebeu terras pelos serviços prestados, e se casou com a sobrinha de Antonio Paes de Barros (que foi criada por ele como filha), Leopoldina Paes de Barros, que é a mãe de meu avô Carlos Reiners e Erna Reiners. Dna Leopoldina, faleceu de tifo, e o Sr. Karl Heinrich, casou novamente se não me engano com uma filha de Antonio Paes de Barros  com quem teve um outro filho chamado Florizel, que faleceu recentemente.>> (texto por Felix Reiners)


          Jorge (Karl Heinrich Georg) Reiners, esposo de Leopoldina da Silva ; filha de Maria Gloria Paes de Barros, irmã de Toto Paes
          fotocredits: Felix Reiners

          obito de Jorge (Karl Heinrich Georg) Reiners, esposo de Leopoldina da Silva filha de Maria Gloria Paes de Barros, irmã de Toto Paes

           


          Carlos Reiners no dia que completou 100 anos,
           filho de Dom Jorge Reiners e de Leopoldina da Silva 
          foto enviada por Esmeralda Nelia Reiners fevreiro 2024
          N


          • Maria José .falecida em 1951. Ela apos a morte de sua irmã Leopoldina casou seu cunhado Dom Jorge Reiners. Eles pais de
            • Florizel
          • Ana Maria que casou em 26.6.1897 com Joao Batista Pompeo.
          • Isabel  …..casada com Joao Francisco de Arruda

          10. Jose, ca.a 1867,  parece ser falecido em 1930. Nao sei se era casado e tive filhos.e


          11. Pedro, bapt. 8.12.1872, foi capitão. Faleceu solteiro em1948 (?) Nâo se se era casado.


          12. Ana, bap. Em Santo Antonio 4.4.1875 com 6 meses. Nao sei se era casada.


          Seria muito interessante saber mais dos variós descendentes dos filhos de Joaquim José Paes de Barros (I) e sobretudo encontrar datas que confermam esta osservação de Silva Leme sobre o parentesco com Francisco de Barros Penteado, descendente de Beatriz de Barros e Manoel Correa Penteado.


          MUITO OBRIGADA 

          FELIX e ESMERALDA REINERS
           MARCOS CESAR LOPES  BARROS,
          EMILENE FONTES DE OLIVEIRA
          BENJAMIN 
          NELSON !



          Fontes pesquisadas na internet e em parte citadas em este artigo:

          - ADAUTO ALENCAR " Coronel Antonio Paes de Barros, Roteiro genealogico e projeção politico" Revista do Istituto historico e geografico de Mato Grosso, Ano 1991, Tomos CXXXV-CXXXVI;  pag. 31-47;
          https://www.ihgmt.com.br/images/revistas_ihgmt/revista_ihgmt_44_1991.pdf

          - Genealogia Paulistana, pag. 376, Tit. Penteado, Volume 3.

          - historia de Mato Grosso
          http://pt.scribd.com/doc/29608147/Historia-de-Mato-Grosso


          - ASPECTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DA EXPANSÃO DOS PÓLOS
          AGROINDUSTRIAIS DA CANA-DE-AÇÚCAR NO ESTADO DE MATO GROSSO, BRASIL

          http://www.sober.org.br/palestra/15/1286.pdf

          -Revoluções e Reviravoltas: as Elites Mato-Grossenses na Primeira
          República, Larissa Vacari

          http://www.seminariosociologiapolitica.ufpr.br/anais2011/2_141.pdf

          -AS REPRESENTAÇÕES SOBRE ANTÔNIO PAES DE BARROS, Larissa Vacari
          http://www.congressohistoriajatai.org/2011/anais2011/link%2081.pdf

          - apontamentos sobre o comércio de gado e as ferrovias em São Paulo (1869/1909)
          http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao32/materia01/

          - entrevista de Evaldo de Barros no Diario de Cuiabà com Carlos Reiners , descendente de Toto Paes:
          DIARIO DE CUIABA, 25.06.2010

          - Oriana Paes de Barros sobre Carlos Reiners
          RD news: Mais que uma vida cem anos de historia (2007)
          (http://www.rdnews.com.br/imprime.php?cid=3121&sid=35)

          - Emilene Fontes de Oliveira Escola Itaicy
          https://www.ufmt.br/ndihr/revista/revistas-anteriores/revista-dm-22.pdf

          - A casa comercial Almeida & Cia, Virginia Maria Castro de Almeida e Armando Wilson Tafner junior
          http://www.abphe.org.br/uploads/ABPHE%202017/3%20A%20casa%20comercial%20Almeida%20&%20Cia%20(1870-1930)%20Promovendo%20o%20(sub)desenvolvimentoem%20Mato%20Grosso.pdf

          - Marcos Amaral Mendes, artigo na internet sobre Palmiro Paes de Barros

          - João Paulo Lacerda Paes de Barros, artigo sobre Manoel Antonio Paes de Barros do 22.12.2023  em "O LIVRE" Colunas e blogs

          Varios artigos em jornais antigos do Mato Grosso.

          sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

          Artur e Fernando Paes de Barros fundaram Mato Grosso

          Dois irmãos sorocabanos fundaram Mato Grosso.
          Fernando e Artur Paes de Barros. 

          Sobre as suas origens tem pouco e não é muito claro. Muitas vezes se pode ler que foram naturais de Sorocaba sem saber quem foram os pais.
          Tem uma téoria que descendam de Fernão Paes de Barros, irmão de Pedro Vaz Guassu e Antonio Pedroso de Barros, o 9° avó de Tiffany.
          Segundo esta téoria Artur e Fernando Paes de Barros seriam primos segundos de Beatriz de Barros, casada com Manoel Correa Penteado (
          7°s avós de Tiffany). Beatriz era neta de Antonio Pedroso de Barros supra e sobrinha-neta de Fernão Paes de Barros (avô de Artur e Fernando).

          Grafico parentesco Penteado e de Barros segundo Silva Leme sem Artur e Fernando Paes de Barros



          Fernão Paes de Barros era o fundador da capela Santo Antonio em Araçariguama (hoje Sao Roque), e foi filho de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme, 10°s avós de Tiffany. Outro seu irmão era Pedro Vaz Guassu, o fundador da capela de São Roque do Carambei.


          Segundo Pedro Taques na Genealogia Paulistana : Fernâo Paes de Barros "Casou-se no Rio de Janeiro com Maria de Mendonça, de quem não deixou f.º algum, porque com ela não teve vida marital pela razão de descobrir sobeja prova contra a pureza do sangue dessa senhora, entretanto teve ela grande tratamento e estimação como legítima esposa de Fernão Paes de Barros. 
          Faleceu Fernão Paes de Barros em 1709 com testamento e teve em solteiro de uma crioula de Pernambuco uma filha natural que foi:
          1-1 Ignacia Paes de Barros que
          1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, f.º herdeiro do Cap. 4.º (= Pedro Vaz Guassu, tio paterno de Ignacia), Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a
          2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo"
          A informação supra de Pedro Taques de que Fernao Pais de Barros não fez vida marital com Maria de Mendonça por esta ser crista-nova, fica assim debilitada... Parece ter  mantido relações amigaveis com a sua mulher. Alias, mesmo que fosse o caso, descobrir que o conjuge era cristaã-novo nao seria "justa causa" para separação de corpos. 

          Fernão Paes de Barros havia se casado por volta de 1655, possivelmente na cidade do Rio de Janeiro com D.Maria de Mendonca, que ainda vivia em 06 de junto de 1689 na vila de Sao Paulo. Ela era irmã do capitão Lucas de Mendonça, e ambos tinham 1/4 de sangue cristâo-novo. (= um dos 4 avós foi talvez judeu convertido ou judeu)


          O capitâo Fernão Paes de Barros constou como morador da cidade do Rio de Janeiro em 1692, quando , em 6 de abril foi batizada uma menina de nome Ana, exposta em sua casa, foram padrinhos Antonio Dias e Micaela de Mendonça (Arquivo da Curia Metropolitana do Rio de Janeiro, livro de batizados da Se', 5o. fls.8). 
          Fernão Pais de Barros nao deixou geração com sua mulher, mas deixou filhos naturais de uma ou mais "crioulas do Pernambuco"em tempo de solteiro. 
                    (citado do livro "Cristaos-novos em Sao Paulo, seculos XVI-XIX 
          - assimilaçâo e nobilitação, pg.143)

          nota:  A procura do ouro, dos metais preciosos e diamantes parece sempre a preocupação máxima dos colonos, os "leais vassalos de Sua Majestade", sonho de riquezas descomunais, que os embalou de meados a fins do século XVII. Daí a intensa atividade das bandeiras paulistas nesse período. 
          Outra preocupação era a questão racial ou de "pureza do sangue" pelo que, nas justificações feitas em cartório, era importante que os colonos declarassem que seus antepassados descendiam das principais cepas ibéricas ! D. Maria Mendonça, descrita como católica, virtuosa espôsa e companheira do Cap . Fernão, teve por certo, esta pequena mácula imperdoável para um "nobre", o que determinou a separação do casal. Operada a separação, Fernão Paes de Barros deixou descedência ilustre pelo lado de sua filha ilegítima, Inácia Paes, a quem parece Dona. Maria criou como filha.
          Silva Leme não faz menção de estes 2 irmãos Artur e Fernando na descendencia de Inacia Paes de Barros: !


          Na Enciclopedia Sorocoabana  (sito nunca mais visibel em 2019, griffo Tiffany) se podia ler anos atràs:
          BARROS Artur Pais de
          Natural de Sorocaba, nascido em 1698, filho do sargento-mor João Martins Claro e de sua mulher Inácia Pais de Barros, foi bandeirante que agiu nas minas de Cuiabá, nos primeiros anos do descobrimento. Com seu irmão Fernado Pais de Barros e seus sobrinhos João Martins Claro e José Pinheiros de Barros, internou-se na conquista dos índios parecis, que vinha atacando desde 1731 e foi descobrir as minas de ouro que ficaram conhecidas pelo nome de Mato Grosso, originando-se após daí o nome de todo o atual Estado.
          Fontes:
          -Rev. Inst. Hist. São Paulo – XV – 60
          -Cônego Luiz Castanho de Almeida – Livros paroquiais de Sorocaba – Ver. Inst. Hist. São Paulo – nº 5 – 1939, p. 130
          -Basílio de Magalhães – Expansão, p 286
          -Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p 54.
          BARROS Fernando Pais de
          Paulista, filho do sargento-mor João Martins de Barros e de sua mulher Inácia Pais de Barros, nasceu em Sorocaba, cerca de 1700 e com seu irmão Artur Pais de Barros, seguiu para as minas de Cuiabá, onde se distinguiu em vários descobrimentos de ouro e na conquista dos índios parecis. Era licenciado em direito.
          Fontes:
          -Rev. Inst. De Estudos Genealógicos de São Paulo – nº 5, p. 130
          -José Barbosa de Sá – Crônicas de Cuiabá – IV, 74 –81
          -Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p 56.
          BARROS José Pinheiro de
          Sobrinho do licenciado Fernão Pais de Barros, descobridor das minas de ouro de Mato Grosso, em 1734, andou sempre com o mesmo na explorações desses sertões.
          Fontes:
          - Barbosa de Sá – Crônicas de Cuiabá, Ver, cit., IV, 78-81
          -Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 59.
          Infelizemente este sito com esta informação é desaparecida....e infelizemente eu não tenho acesso à estes fontes citadas online, sendo em Europa. Estou sem possibilidade ir aos Acervos ! 
          Sería muito legal se tem alguém aqui entre os interessados que pode referir mais !

          Mas seguindo a téoria supra, témos assim:

          1-1 Ignacia Paes de Barros que 1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, . Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a 2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo. Teve:

          Do 1.º marido f.º único:
          2-1 Pedro Vaz de Barros (o coxo) que casou com Catharina do Prado e faleceu sem geração. 

          Do 2.º marido teve 5 filhas: sem referimento algum de outros filhos !
          2-2 Catharina Mendes casada em 1714 em Itú com Christovão Monteiro de Carvalho, natural da Bahia, f.º de Manoel Monteiro de Carvalho e de Maria Coelho Duarte, naturais de Freixo de Espada a Cinta. 

          2-3 Joanna Pedroso casada em 1703 em Itú com Matheus de Mattos Cardoso. Faleceu em 1766 com testamento. Sem geração. (C. P. S. Paulo).

          2-4 Maria de Barros Silva casada em 1703 em Itú com o tenente José da Silva Preto, irmão de Matheus do n.º 2-3.

          2-5 Anna Paes da Silva casada em 1720 em Sorocaba com Domingos Nogueira Homem f.º de José Nogueira Homem e de Maria Leme do Prado. Tit. Bicudos.

          2-6 Luzia Leme de Barros casada em 1726 em Sorocaba com José de Borba Gatto f.º de Balthazar de Borba Gatto e de Marianna Domingues, moradores na Cotia.

          segundo a wiki e a enciclopedia Sorocabana (supra) Ignacia Paes de Barros teve com Joao Martin Claro os seguintes filhos: 

          2-7 Arthur Paes de Barros, sem fontes

          2-8 Fernando Paes de Barros, sem fontes


          2-9 filha 1 casada com Francisco Nogueira

          2-10 filha 2 casada com João de Sousa e

          2-11 filha 3 casada com Luís Teixeira

          Não encontrei nenhum riferimento por estes filhos Artur e Fernando Paes de Barros.

          Sobre o genro de Fernão Paes de Barros, o Joao Martins Claro tem informação interessante: 
          Mineralogista lustiano. Foi natural de Miranda d'Ouro (Portugal) e foi o primeiro administrator de imensa fazenda que Inacia depois herdou do seu pai ! João Martins Claro veio no Brasil com ca 25 anos com patente de capitão. Foi sargente-mor e hospedado em fazenda do seu futuro sogro. Casou com Inacia, viuva do seu primo Braz. 
          João Martins Claro dedicava-se à mineralogia e segundo um manuscrito, uma espécie de diario, ele esplorou em procura de ouro o morro do Saboó nas imediações de Sao Roque. 
          Depois a morte de Fernão Paes de Barros em 1709 a sua esposa Inacia herdou a enorme propriedade do seu pai. 

          Faleceu João Martins Claro em 1725 em Sorocaba (!)  (registro de obitos de N.Sra. da Ponte de Sorocaba) e està enterrado na capela da Ordem Terceira em Itu SP.
           "Aos 21 de março de 1725 faleceu desta vida presente João Martins Claro, natural da cidade de Miranda do Douro, fez testamento e ordenou que deixava na disposição dos testamenteiros os legados q lhe pudecem fazer porque as dividas excedião os bens que restara. Foi sepultado na capela da Ordem Terceira da Vila de Itu de N. Sra do Carmo, donde era terceiro; foram testamenteiros o Padre e Frei João Baptista de Jesus, o C. Matheus de Mattos, o C. Christovão Monteiro."
          Fonte: Artigos  sobre o sitio  e  capela S. Antonio, Sao Roque,
          de propriedade de Fernâo Paes de Barros 
          por Paulo da Silveira Santos, Istituto Historico e Geographico de Sâo Paulo 


          Outro documento interessante sobre o casal, datado de 30 de outubro de 1724 é  um testamento : Fonte https://digitarq.ahu.arquivos.pt/details?id=1205079
          que diz :
          Requerimento de Mateus de Matos Cardoso *) , morador na Vila de Parnaiba Capitania e Comarca de São Paulo, a (D. João V), quem pede, como testamenteiro do defunto Fernando Paes de Barros, provisão para poder vender uma chàcara, no sitio denominado Os Pinheiros, no termo da cidade de São Paulo. Segundo o testamento aqulea chàcara deveria ser para o primeiro clérigo que houvesse na descendencia de João Martins Claro e de sua mulher Inacia Pais . Como não hà sequer a esperança de o haver, pede ao rei que se venda a dita chàcara e que o dinheiro obitdo se ponha à razão de juros até se poder comprar, com ele, outra propriedade mais rendosa.
          *) Matteus de Matos Cardoso era genro de Joâo Martins Claro, esposo da filha 2-3 Joana Pedroso (supra). 
          Notas 
          1. é curioso que este pedido foi feito antes o falecimento em março 1725 de João Martins Claro ! 
          2. interessante que aqui vem escrito "Fernando" e não "Fernão"..


          Então : Seria interessante saber se existe um testamento de Inacia Paes de Barros para saber mais dos supostos filhos Artur e Fernando, "naturais" de Sorocaba !


          ORIGEM DO NOME MATO GROSSO

          Autor: Paulo Pitaluga Costa e Silva

          TEXTO INTEIRO DO WEBSITE : chapadadosguimaraes

          "Na busca de índios e ouro, Pascoal Moreira Cabral e seus bandeirantes paulistas fundaram Cuiabá a 8 de abril de 1719, num primeiro arraial, São Gonçalo Velho, situado nas margens do rio Coxipó em sua confluência com o rio Cuiabá.

          Em 1o. de janeiro de 1727, o arraial foi elevado à categoria de vila por ato do Capitão General de São Paulo, Dom Rodrigo César de Menezes. A presença do governante paulista nas Minas do Cuiabá ensejou uma verdadeira extorsão fiscal sobre os mineiros, numa obsessão institucional pela arrecadação dos quintos de ouro. Esse fato somado à gradual diminuição da produção das lavras auríferas, fizeram com que os bandeirantes pioneiros fossem buscar o seu ouro cada vez mais longe das autoridades cuiabanas.

          Em 1734, estando já quase despovoada a Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá, os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, atrás dos índios Parecis, descobriram veio aurífero, o qual resolveram denominar de Minas do Mato Grosso, situadas nas margens do rio Galera, no vale do Guaporé.

          Os Anais de Vila Bela da Santíssima Trindade, escritos em 1754 pelo escrivão da Câmara dessa vila, Francisco Caetano Borges, citando o nome Mato Grosso, assim nos explicam:

          "Saiu da Vila do Cuiabá Fernando Paes de Barros com seu irmão Artur Paes, naturais de Sorocaba, e sendo o gentio Pareci naquele tempo o mais procurado, [...] cursaram mais ao Poente delas com o mesmo intento, arranchando-se em um ribeirão que deságua no rio da Galera, o qual corre do Nascente a buscar o rio Guaporé, e aquele nasce nas fraldas da Serra chamada hoje a Chapada de São Francisco Xavier do Mato Grosso, da parte Oriental, fazendo experiência de ouro, tiraram nele três quartos de uma oitava na era de 1734."

          Dessa forma, ainda em 1754, vinte anos após descobertas as Minas do Mato Grosso, pela primeira vez o histórico dessas minas foi relatado num documento oficial, onde foi alocado o termo Mato Grosso, e identificado o local onde as mesmas se achavam.
          Todavia, o histórico da Câmara de Vila Bela não menciona porque os irmãos Paes de Barros batizaram aquelas minas com o nome de Mato Grosso.

          Quem nos dá tal resposta é José Gonçalves da Fonseca, em seu trabalho escrito por volta de 1780, Notícia da Situação de Mato Grosso e Cuiabá, publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de 1866, que assim nos explica a denominação Mato Grosso:

          [...] se determinaram atravessar a cordilheira das Gerais de oriente para poente; e como estas montanhas são escalvadas, logo que baixaram a planície da parte oposta aos campos dos Parecis (que só tem algumas ilhas de arbustos agrestes), toparam com matos virgens de arvoredo muito elevado e corpulento, que entrando a penetrá-lo, o foram apelidando Mato Grosso; e este é o nome que ainda hoje conserva todo aquele distrito.

          Caminharam sempre ao poente, e depois de vencerem sete léguas de espessura, toparam com o agregado de serras [...].


          Pelo que desse registro se depreende, o nome Mato Grosso é originário de uma grande extensão de sete léguas de mato alto, espesso, quase impenetrável, localizado nas margens do rio Galera, percorrido pela primeira vez em 1734 pelos irmãos Paes de Barros.

          Acostumados a andar pelos cerrados do chapadão dos Parecis, onde apenas havia algumas ilhas de arbustos agrestes, os irmãos aventureiros, impressionados com a altura e porte das árvores, o emaranhado da vegetação secundária que dificultava a penetração, com a exuberância da floresta, a denominaram de Mato Grosso. Perto desse mato fundaram as Minas de São Francisco Xavier e toda a região adjacente, pontilhada de arraiais de mineradores, ficou conhecida na história como as Minas do Mato Grosso.

          Posteriormente, ao se criar a Capitania por Carta Régia de 9 de maio de 1748, o governo português assim se manifestou:

          "Dom João, por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, [...] Faço saber a vós, Gomes Freire de Andrade, Governador e Capitão General do Rio de Janeiro, que por resoluto se criem de novo dois governos, um nas Minas de Goiás, outro nas de Cuiabá [...]."

          Dessa forma, ao se criar a Capitania, como meio de consolidação e institucionalização da posse portuguesa na fronteira com o reino de Espanha, Lisboa resolveu denominá-las tão somente de Cuiabá. Mas no fim do texto da referida Carta Régia, assim se ex-prime o Rei de Portugal [...] por onde parte o mesmo governo de São Paulo com os de Pernambuco e Maranhão e os confins do Governo de Mato Grosso e Cuiabá [...].
          Apesar de não denominar a Capitania expressamente com o nome de Mato Grosso, somente referindo-se às minas de Cuiabá, no fim do texto da Carta Régia, é denominado plenamente o novo governo como sendo de ambas as minas, Mato Grosso e Cuiabá. Isso ressalva, na realidade, a intenção portuguesa de dar à Capitania o mesmo nome posto anos antes pelos irmãos Paes de Barros. Entende-se perfeitamente essa intenção.
          Todavia, a consolidação do nome Mato Grosso veio rápido. A Rainha D. Mariana de Áustria, ao nomear Dom Antonio Rolim de Moura como Capitão General, na Carta Patente de 25 de setembro de 1748, assim se expressa:

          [...]; Hei por bem de o nomear como pela presente o nomeio no cargo de Governador e Capitão General da Capitania de Mato Grosso, por tempo de três anos [...].

          A mesma Rainha, no ano seguinte, a 19 de janeiro, entrega a Dom Rolim a suas famosas Instruções, que determinariam as orientações para a administração da Capitania, em especial os tratos com a fronteira do reino espanhol. Assim nos diz o documento:

          [...] fui servido criar uma Capitania Geral com o nome de Mato Grosso [...] § 1o - [...] atendendo que no Mato Grosso se requer maior vigilância por causa da vizinhança que tem, houve por bem determinar que a cabeça do governo se pusesse no mesmo distrito do Mato Grosso [...]; § 2o - Por se ter entendido que Mato Grosso é a chave e o propugnáculo do sertão do Brasil [...].

          E a partir daí, da Carta Patente e das Instruções da Rainha, o governo colonial mais longínquo, mais ao oriente em terras portuguesas na América, passou a se chamar de Capitania de Mato Grosso, tanto nos documentos oficiais como no trato diário por sua própria população. Logo se assimilou o nome institucional Mato Grosso em desfavor do nome Cuiabá. A vigilância e proteção da fronteira oeste era mais importante que as combalidas minas cuiabanas. A prioridade era Mato Grosso e não Cuiabá.

          Com a independência do Brasil em 1822, passou a ser a Província de Mato Grosso, e com a República em 1899, a denominação passou a Estado de Mato Grosso.

          As Minas do Mato Grosso, descobertas e batizadas ainda em 1734 pelos irmãos Paes de Barros, impressionados com a exuberância das 7 léguas de mato espesso, dois séculos depois, mantendo ainda a denominação original, se transformaram no continental Estado de Mato Grosso. O nome colonial setecentista, por bem posto, perdurou até nossos dias.

          Bibliografia:
          1-FONSECA, José Gonçalves da. Notícia da Situação de Mato Grosso e Cuiabá. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro: tomo XIX, 1866
          2-MENDONÇA, Marcos Carneiro de. Rios Guaporé e Paraguai, primeiras fronteiras definitivas do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca Reprográfica Xerox, 1983
          3-MENDONÇA, Estêvão de. Datas Mato-grossenses. 1a edição. Niterói: Salesianas, 1919, vol I "

          quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

          o violâo do Sebastião Paes (de Barros)

          attualizado 09.05.2019 por Tiffany


          Sabe-se através dos inventários bandeiristas que, na região de Piratininga, tocava-se guitarra (inventário de Catharina d'Horta, 1626), sistra (inventário de Francisco Leão, 1632) e violas e harpas, uma das quais pertencera ao bandeirante Sebastião Paes (de Barros), inventário de 24.12. 1688, e outra, que figura no testamento de Affonso Dias de Macedo, em 1703, explicitada como viola de pinho do reino).
          Há poucas referências documentais à música praticada, nesse período, na região de São Paulo, e os únicos documentos musicais conhecidos, datados da primeira metade do século XVIII.
          Ainda sobre o assunto, Paulo Castagna (2000) reitera a questão citando vários documentos históricos referentes a processos de inventários registrados no Brasil entre os anos de 1604 e 1700,54 arrolando entre os bens, inclusive violas, resumindo sua importância e presença em ambos contextos:

          • -"Viola, de propriedade de Mécia Roiz, São Paulo entre 01/08/1605 e 04/02/1606.................160 reis
          • - Viola/guitarra, de propriedade de Paula Fernandes, São Paulo - 19/09/1614..........................640 réis.
          • - Viola, de propriedade de João do Prado, São Paulo.23/09/1615........................................1,280 réis.
          • - Viola, de propriedade de Balthazar Nunes, SãoPaulo - 06/1623.........................................1,280 réis.
          • - Viola, de propriedade de Leonardo do Couto,Parnaíba - 03/08/1650...................................320 réis.
          • - Viola, de propriedade de Sebastião Paes de Barros, Parnaíba - 24/12/1688................2,000 réis.
          • - Viola, de propriedade de Afonso Dias de Macedo Itú - 20/03/1700.............sem informação de preço".
          fonte: Lista no ensaio de "gestao de iniciativas sociais", pag. 35 

          O capitão Sebastião Paes de Barros (I) ,  falecido em 1674,  (pai do Sebastaio Paes (ou Pedroso de este postagem) , foi filho de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme e irmão de Antonio Pedroso de Barros (9° avô de Tiffany) de Fernão e de Lucrecia (veia mais sobre eles adiante) e mais outros.
          Sebastiao Paes de Barros  era ou que até hoje se chama "um sertanista e bandeirante" que Silva Leme estuda no volume III de sua «Genealogia Paulistana», pg. 502. e que principalmente era em busca de ouro e minerais  !

          Também muito notável pelos serviços prestados à coroa; esteve a partir de 1670 na qualidade de cabo em Tocantins e no Maranhão com o governador Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho. Datada de 24 de abril de 1674, há uma Carta do Príncipe Regente D. Pedro, futuro D. Pedro II, a ele dirigida como Cabo da Tropa do Sertão do Maranhão:

          "Cabo da tropa da gente de São Paulo vos achais nas cabeceiras do rio de Tocantins, e Grão Pará», isto é, sertões do rio São Francisco e do atual Estado do Piauí até as margens do Tocantins, no Maranhão. Exortando-o a remeter a Portugal amostras dos minerais descobertos. "
          Mas Sebastião morreu pouco depois no sertão, ainda em 1674, levando consigo o segredo das descobertas. Quando ali chegou o clérigo Antônio Raposo, paulista que vinha de Lisboa para se lhe reunir, não mais o encontrou.

          Sebastião Paes de Barros (I) foi casado com Catarina Tavares, filha de Francisco de Miranda Tavares e de Isabel Pais Borges de Cerqueira, por esta, neta de Simão Borges de Cerqueira e de Lucrécia Leme, parente dos Vaz de Barros. Faleceu Catharina Tavares em 1671 e seu marido em 1674. Eles tivem os seguintes filhos: 

          • 1-2 Antonio Pedroso † solteiro § 2º
          • 1-3 Lucrecia Pedroso § 3.º
          • 1-4 Izabel Pedroso § 4.º
          • 1-5 Luzia Leme § 5.º
          • 1-6 Leonor Leme § 6.º
          • 1-7 Sebastião Pedroso § 7.º  chamado depois Sebastiao Paes 
          POREM, 
          nos Subsídios à Genealogia Paulistana por Regina Junqueira, projeto compartilhar, se refere o seguinte : 
          Declarou o Capitão Sebastião Paes de Barros ter tido de seu casamento dois filhos e cinco filhas que segundo seu inventário foram:
          • 1. A mulher de João Coelho da Fonseca, não nomeada no inventário, mas seu marido é chamado às partilhas. Provavelmente a mais velha das filhas, seria já casada na abertura do inventário.
          • 2. Lucrecia Pedroso, nascida por 1658, em 28-5-1679 já casada com Miguel Soares Ferreira
          • 3. Joana de Barros, nascida por1660 (substituída por Izabel de Pedroso na GP, numéro 1-4 supra)
          • 4. Luzia Leme, nascida por 1661, legatária da terça do pai juntamente com a irmã Leonor 
          • 5. Leonor Leme, nascida por 1667
          • 6. Sebastião Paes (1-7 Sebastião Pedroso na GP supra), nasceu por 1663 e faleceu em 1688O violão vendido foi de sua propriedade.
          • 7. Antonio Pedroso, provavelmente o primogênito, faleceu nos sertões do Maranhão juntamente com o pai
          No inventario de Sebastião Paes lémos:
          O Capitão Sebastião Sutil de Oliveira por ordem do Capitão Thomé de Lara de Almeida e por eles foram apresentados os bens que o defunto Sebastião Paes possuia os quais são os que adiante se seguem e neles se quer pagar o dito Capitão Thomé de Lara de 108$000 rs que é a dever o dito defunto o que tudo consta ao Capitão Fernão Paes de Barros *) o qual é consentidor á satisfação do pagamento do muito ou pouco que os ditos bens renderem ou derem sendo vendidos em praça como é licito dentro no tempo do licito o que dispõe a lei serão entregues ao dito Thomé de Lara para deles dispor como seus e pagar-se neles no valor em que forem avaliados e o dito juiz houve por desobrigado ao dito Capitão Fernão Paes de Barros e a Manuel de Abreu a Domingos Paes obrigações do dito Capitão Fernão Paes (...).
          Avaliações: soma a fazenda lançada 53$140 rs.
          Arrematações.
          *) nota por Tiffany: 
          este capitão Fernão Paes de Barros, que herdou/comprou o violão, era tio de Sebastião Paes (II), sendo irmão  do sertanisata Sebastiao Paes de Barros (I), pai do guitarrista de este postagem. Este Fernão faleceu em 1709 e foi o fundador da capela de Santo Antonio no seu sitio em Araçariguama (São Roque). Como refere Pedro Taques: "recebeu honrosíssima carta firmada pelo punho do rei Dom Pedro em 1678 -Quando se estabeleceu a paz de Holanda em cinco milhões, e o casamento da infanta de Portugal d. Catharina em dois milhões pediu el-rei dom Pedro aos seus vassalos um donativo para o pagamento dos sete milhões, e Fernão Paes de Barros se distinguiu entre os mais paulistas, dando para o dito chapim em moeda corrente 600$. Vindo a S. Paulo o fidalgo dom Manoel Lobo em 1679, pelo qual o mesmo príncipe dom Pedro escreveu à Fernão Paes a carta de que acima fizemos menção, "  Sobre este sitio de Santo Antonio tem ampla informaçâo e faz tambem parte da historia da igreja e o desenvolvimento social.
          Fernão foi pai de Inacia Paes de Barros,  filha  ilegitima com uma crioula e herdeira de muitos de seus bens. Dizem que dela e do seu segunod marido, Joao Martins Claro, descendam os irmãos Arthur e Fernando Paes de Barros, os fundadores de Mato Grosso. Leia mais aqui: Artur e Fernando Paes de Barros

          Thomé de Lara, em vez era genro de Antonio de Almeida Pimentel e de  Lucrecia Pedroso de Barros,  Lucrecia era tia do violeiro Sebastiao Paes .Refere a genealogia paulistana  que Antonio de Almeida Pimentel foi de conhecida nobreza pela qual teve em S. Paulo e na Bahia grandes estimações.  Teve com Lucrecia Pedroso um unica filha que era Maria de Almeida Pintel, a qual casou com o dito capitãoThomé de Lara. Este ultimo era capitâo em Sorocaba
          Resumindo: Ficou todo "na familia" e parece ter sido um objeto de muito valor e prestigio.

          Nada mais em vez encontrei sobre o Sebastiao Paes, o violeiro ou guitarista. Além de um violão ele tambem possuí uma harpa com chave. A harpa era utilizada frequentemente desde o sec. XVII, principalmente nas igrejas, sendo depois substituida pelo orgão para missas cantadas.

          Seja que Sebastiao Paes, filho mais novo de um "sertanista" era um musico, um mestre de capela  com um grau elevado de instrução que ajudou a formar os jovens para as festas religiosas e missas cantadas nas irmandades e igrejas ? 
          Nas festas religiosas participavam toda comunidade local ou seja indios, mulatos e brancos, cada grupo etnico com sua cultura espécifica. A musica nesse processo era elemento social, podendo criar a consciençia e integraçâo social que na epoca  era no poder da igreja.
          Seja no lado da familia de Beatriz de Barros e na do lado de Manoel Correa Penteado tem clérigos ou padres na familia que fazem parte em esta evoluçao social na historia de Sâo Paulo e do Brasil.

          Historia

          O primeiro instrumento de cordas que se tem notícias que chegou ao Brasil foi a viola de dez cordas ou cinco cordas duplas, muito popular entre os portugueses e precursora do violão, trazida pelos jesuítas portugueses que aqui chegaram para catequisar os índios e a usavam durante a catequese.
          A coroa Portuguesa objetivava levar as suas colônias o trinômio de sua colonisaçâo que significa, o rey, a lei a a fé. A fé ficou a cargo dos Jesuitas com Manoel da Nobrega.Necessitou de mais braços para a atividade de evangilzação do Brasil a assim chegou no 1553 Padre José de Anchieta.

          Todo o processo de catquese é na verdade intervençao intencional em valores culturais. Para catequisar os jesuitas criaram uma lingua artificial de nome nhengaatu.

          Para conceitos e objetos estranhos à língua emprestaram-se inúmeros vocábulos do português e espanhol. A essa mistura deu-se o nome ie’engatu, que significa "língua boa". Não se falava o portugues até o final do sec. XVIII, mas o nhengaatu. sendo usada não apenas por índios e jesuítas, mas também como língua corrente de muitos colonos de sangue português.
          Segundo o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, até fim século XVIII, em São Paulo, falava-se a língua geral, o "nhangatu", uma derivação do tupi. Foi uma língua imposta pelos missionários, até hoje ouvida em alguns locais da Amazônia.
          Padre Anchieta percebeu que os povos indigenos mantinham uma relaçao com o mundo sagrado tendo sempre a musica como strumento de intermediação. Anchieta assim realizava dramatzações com os indigenas, nas quais associava as coisas de natureza (terra, animais, plantas) estranhas ao mundo europeo. Tratou de aprender danças e melodias indigenas nas quais inseriou textos liturgicos em tupi.

          Essas danças sâo ainda hoje presentes na musica dos caipiras: cururu e cateretè.

          Em 1584, José de Anchieta em sua "Informação do Brasil e suas Capitanias", referindo-se a uma das aldeias de índios do colégio da Bahia, relata:
          "(...) les enseñam a cantar y tienem su capilla decanto y frautas para sus fiestas, y hazen sus dançasa la portuguesa com tamboriles y vihuelas com muchagracia, como si fueron muchachos portugueses".
          Presente em diversos segmentos sociais da população, especialmente nos ambientes populares, o cultivo da viola também se deu nos meios aristocráticos representando para estes não um meio de vida, mas sim um recurso a mais em seu grau de instrução, voltado para a prática diletante do fazer musica como elemento de distinção social (!). Assim é que Pedro Taques de Almeida Paes Leme, em sua "Nobiliarchia Paulistana", publicado em São Paulo no ano de 1926, relata sobre a decisão de Salvador Correia de Sá em contratar os serviços de Francisco Rodrigues Penteado como professor de viola de seus três filhos, no ano de 1648:

          A nobre família dos Penteados teve origem em São Paulo em Francisco Rodrigues Penteado, natural de Pernambuco, para onde veio ser morador seu pae Manoel Correa com casa, saindo de Lisboa; e em Pernambuco se estabeleceu com negocio grande.
          Tendo este filho Francisco Rodrigues Penteado ( 8° avô de Tiffany*) já bem instruído em artes liberais, sendo excelente e com muito mimo na de tanger viola, e destro na arte da música, seu pai o mandou a Lisboa sobre dependência de uma herança que ali tinha; o filho, porém, vendo-se em uma corte das mais nobres da Europa e com prendas para conciliar estimação, cuidou só no estrago que fez do cabedal que recebeu, consumindo em bom tratamento e amizades:Refletindo depois que não estava nos termos de dar satisfação da comissão com que passara de Pernambuco a Lisboa, embarcou na frota do Rio de Janeiro com Salvador Correa de Sá e Benevides em 1648, o qual tendo de passar a Angola, como passou, para a restaurar dos holandeses, o deixou na cidade do Rio muito recomendado pelo interesse de instruir nos instrumentos músicos a suas filhas e ao filho mais velho Martim Correa com quem estava unido pela igualdade dos annos. Do Rio de Janeiro, pela demora em Angola do dito Salvador Correa de Sá, que ficou feito general daquele reino, passou para a vila de Santos Francisco Rodrigues Penteado;e já desta vila subia para São Paulo contratado para casar com uma sobrinha de Fernando Dias Paes,[Clara de Miranda, nota por Tiffany] que foi quem o ajustou para este casamento".
          *) nota por TiffanyFrancisco Rodrigues Penteado (o velho) era dono das terras onde foi costruida em 1653 a capela da nossa Senhora da Penha em Pirapora. Seu filho, Manoel Correa Penteado,  casou-se em ca 1689 com Beatriz de Barros, (sâo os 7°s avós de Tiffany). Manoel era  proprietaio de grande fazenda e cultura em Araçariguama onde teve as redeas de governo e foi pessoa de autoridade e venearação. e aqui a "distinção social". [efeitivamente foram 4 irmãos Correa Penteado que casaram com 4 irmâs de Barros] 

          Sua esposa Beatriz de Barros, era uma prima de Sebastiao Paes  Ela era a neta paterna de Antonio Pedroso de Barros, rico e potente dono de 600 indios na sua fazenda denominada Apoterebu. Este Antonio Pedroso de Barros era primo paterno de Sebastiao Paes, sendo Antonio Pedroso de Barros tambem irmâo de Fernão Paes de Barros, de Lucrecia e de Sebastião Paes de Barros (supra citados).
          Leia mais aqui sobre Beatriz de Barros

          Musica e os bandeirantes:
          Os "Inventários e Testamentos" revelam um amor do paulista pela música, apesar do período tumultuário que atravessa no século XVII.

          Efeitivamente é curioso pensar ao bandeirante tocar o violâo. Não acho que foi vida romantica como referido nas pinturas. Sobre a vida dos bandeirantes se sabe bem pouco e as descriçoes sobre eles risultam do sec. XIX ou "Romantismo" quando foi "costurido" ou formulado o "mito" sobre os bandeirantes paulistas.

          A pesquisa histórica revela uma realidade bastante diferente: a maioria dos bandeirantes andava descalça e com roupas muito simples. Na verdade, todas as imagens que vemos dos bandeirantes foram feitas muito tempo depois da época em que eles viveram. Não existem retratos de bandeirantes realizados no momento em que esses homens viveram. Por isso, nada sabemos sobre suas fisionomias e pouco sobre como andavam vestidos pelos sertões.

          Expedições que geralmente partiam de São Paulo e eram organizadas com o fim de capturar índios e  sobretudo encontrar ouro e pedras preciosas, as bandeiras existiram do século 16 ao 18.

          A captura de indígenas para serem vendidos como escravos foi a base da economia paulista até o século 17. Naquela época, essa prática era tão lucrativa que era chamada de "negócio do sertão". No período que vai de 1630 a 1680, algumas fazendas tinham mais de cem escravos índios.

          Seja em busca de ouro e outras pedras preciosas, seja em busca de índios para aprisionar e vender, os bandeirantes enfrentavam uma série de perigos e desconfortos: ataques de onças; picadas de cobras, aranhas e insetos; doenças; sem falar na própria resistência oferecida pelos indígenas...
          E foi provavelmente no istante que o bandeirante regressando das selvas onde ele havia passado meses, embora da casa e gente, tocou o violão. Talvez o tocou e cantou nas festas religiosas nas vilas onde os homems e as mulheres se reuniram para os ritos religiosos, dançando a caterete dos povos indigenas.As mulheres e crianças que para muito tempo permanecevam nas fazendas com os escravos para coltivar as terras, talvez cantavam no trabalho. Muitos deles tambem jà com raizes indigenas, filhos de mâes indigenas e assim com cultura de musica indigena e branca, tocando o violão e a guarapeva, chocalhando maracás, etc.E como acima descrito de seguro foi tambem importante saber tocar o violão para razões de "prestige" e um certo "ser nobre".

          (texto: " historias e lendas de Santos, Novomilenio)
          Certo é que a partir do século XVI os portugueses levaram a viola a todas as regiões coloniais, incorporando-a nas culturas locais, entre outras, das ilhas da Madeira, Cabo Verde, Açores e também do Brasil. A esse respeito documentos existentes atestam inúmeras atividades artísticas desenvolvidas a bordo das naus portuguesas, inclusive vindas para o Brasil, desde o século XVI, resumindo especialmente teatro, diálogos e comédias, e dança, sempre acompanhadas por música.

          Historia do violão
          Tudo começou em Portugal. Inspirados em alguns instrumentos árabes esquisitos, como o alaúde (foto ao lado), os portugueses tiveram a excelente ideia de criar um instrumento de 10 cordas. As violas portuguesas/espanholas chegaram ao Brasil trazidas por colonos portugueses de diversas regiões do país A origem do Violão não é muito clara, pois existem, segundo musicólogos, várias hipóteses para o seu aparecimento. A primeira hipótese é de que o Violão seria derivado da chamada “Khetara grega”, que com o domínio do Império Romano, passou a se chamar “Cítara Romana”, era também denominada de “Fidícula”.
          A segunda hipótese é de que o Violão seria derivado do antigo “Alaúde Árabe” que foi levado para a península Ibérica através das invasões muçulmanas. Acreditava-se que desde o século VIII tanto o instrumento de origem grega como o Alaúde Árabe viveram mutuamente na Espanha. Isso se pode comprovar pelas descrições feitas no século XIII, por Afonso, o sábio, rei de Castela e Leão (1221-1284), que era um trovador e escreveu célebres cantigas através das ilustrações descritas nas cantigas de Santa Maria, que se pode pela primeira vez comprovar que no século XIII existiram dois instrumentos distintos que coexistiram nessa época na Espanha.

          No século XIV, Guillaume de Machault cita em suas obras a guitarra mourisca e a guitarra latina no século XVI na Espanha, a guitarra mourisca, com quatro coros de cordas, era usada para acompanhar cantos e danças populares, enquanto que a guitarra latina – a vihuela, pertencia ao músico culto da corte.
          A Vihuela tinha três denominações distintas: vihuela de mano (em nada diferente do violão atual), vihuela de arco e vihuela de plectro.
          A Vihuela de mano constava de cinco cordas duplas mais a primeira que era simples. Os vihuelistas além de precursores dos guitarristas do século XVII, foram também criadores de métodos e formas musicais que serviriam de base para toda a música instrumental que viria depois. A vihuela é um instrumento que alcança seu máximo esplendor na península Ibérica durante o século XVI, em torno de um ambiente cortesão e sobre as capelas musicais de reis e nobres. 
          Mas seria um erro pensar que seu âmbito ficou reduzido a península, tendo em conta as contínuas viagens de Carlos V e Felipe II por toda a Europa. Assim mesmo, se repassarmos os inventários de instrumentos musicais nas cortes espanholas, observaremos uma evidente presença de alaúdes, que na Espanha era conhecido como vihuela de Flandres, o qual nos faz pensar em uma convivência de ambos os instrumentos. 
          Quando chegou ao Brasil no início da colonização, a viola gozava de imensa popularidade em Portugal. Parte expressiva da produção musical renascentista portuguesa foi produzida para viola. No seio do povo era também um instrumento popular. Gil Vicente refere-se à viola como instrumento de escudeiros.
          Assim no Brasil os instrumentos indigenas e portugueses/espanholas se fundiram na criaçao de musica na conolização do Brasil. Invéntarios apontam a presença de violas em Sâo Paulo a partir de 1613.

          Havia, também, música para acompanhar as funções religiosas, entoadas por vozes, rabecas, baixão e, na falta de órgão ou outro instrumento de tecla, harpa ou viola.

          "Pouco sabemos da prática da viola no Brasil no século XVI. O musicólogo José Ramos Tinhorão (1990) afirma que "a mais antiga referência expressa a versos cantados pelo personagem de uma comédia encenada em 1580 ou 1581 na matriz de Olinda, por ocasião da festa do Santíssimo Sacramento, aparece nas "Denunciações de Pernambuco", de 1593, confirmando desde logo a ligação da viola com a canção citadina". No Sudeste, ela está presente em inventários a partir do início do século XVII. Em 1613, violas foram catalogadas em espólios deixados na cidade de São Paulo.

          O padre José de Anchieta, o mais importante nome no processo de catequese dos indígenas no início da colonização do Brasil pelos portugueses, sustentou todo o seu projeto pelo uso da música e das práticas teatrais. Ele percebeu que os indígenas, com os quais travou contato, utilizavam a música como veículo de intermediação com o mundo sagrado. O general Couto de Magalhães (1940), sertanista brasileiro que viveu no século XIX, afirmou, em seu clássico "O selvagem", que o padre Anchieta se utilizou do cururu e do cateretê, duas danças de origem tupi, para catequizá-los. Para isso inseria textos litúrgicos nas melodias e danças desses índios. Anchieta tratou de aprender o tupi-guarani e o trouxe para um molde de estruturação gramatical latino inserindo termos em espanhol e português aos vocábulos faltantes na língua. Essa língua recebeu o nome de nheeng'atu. Seria plausível imaginarmos que a viola, instrumento harmônico, pode ter sido utilizada nos acompanhamentos dessas danças, pois até hoje a utilizamos para acompanhar o cururu ou o sapateado e palmeado do cateretê. Junto das violas, os portugueses tocavam também flautas, pifes, tambores e gaitas, e aliaram a isso as maracas, buzinas e flautas indígenas.

          A viola, desde então, fez parte do cotidiano do povo que aqui foi se criando. Aos poucos foi se espalhando nas empreitas dos bandeirantes e tropeiros, e, em emergentes cidades como Recife, Salvador e Rio de Janeiro, sua prática tornou-se habitual. "

          texto por Ivan Vilela, 2010 


          Fontes e textos citados: 
          • Projeto compartilhar
          • Gestao de Iniciativas sociais
          • Genealogia Paulistana,
          • musica de Sao Paolo - Ivan Vilela (pdf)
          • a musica na cidade de Sao Paulo - Claudia Aparecida Polastre 2008
          • historia do violão
          • historias e lendas de Santos
          • caipira e viola brasileira
          • Wikipedia

          terça-feira, 13 de dezembro de 2011

          Itu e Sorocaba, origens de familia

          Atualizado Agosto 2024 por Tiffany 



          Vista da cidade de Itu, Jean Baptiste Debret, 1831
          "........Muito provavelmente, o Capitão Antônio Francisco de Aguiar  de Sorocaba, casado com Gertrudes Eufrosina Aires,  (filha do tenente-coronel Paulino Aires de Aguirre e Ana Maria de Oliveira)  estabeleceu um pacto com o Capitão Antônio de Barros Penteado, de Itu, marido de Maria Paula Machado, com o objetivo de instituírem uma estratégia matrimonial envolvendo as respectivas proles, de modo a beneficiar os patrimônios de ambas as famílias. Certamente, os chefes de família deviam manter relações comerciais desde longa data e foi a partir dos interesses comuns que nasceu o desejo de estreitarem vínculos.

          O Coronel Antonio Francisco de Aguiar
          Nasceu em 1771 e era filho de Jeronimo de Almeida De Abreu e Leonarda Maria de (Moura) Menezes. Serviu em 1788 as tropas em Santos, durante a guerra com os espanhóis e depois foi para Sorocaba onde seguiu carreira na Companhia de Auxiliares de Paulino Aires de Aguirre que em 1790 diventou seu sogro.
          Paulino Aires de Aguirre pertencia a uma das mais importantes famílias de Sorocaba, profundamente envolvidos
          na esfera mercantil, não apenas de gado, mas de fazendas vindas do Rio de Janeiro e a
          parentados de Salvador de Oliveira Leme, de quem Paulino era genro. Salvador de Oliveira Leme exerceu o posto de inspetor do Registro de Sorocaba até o início da década de 1780, quando possivelmente passou esta atribuição para o genro. 

          Em 3 de março 1793 casou com Getrurdes Eufrozina Aires, nascida em 1777 e filha de Paulino Aires de Aguirre (supra) e de Anna Maria de Oliveira.

          Em 1796 substitui seu sogro Paulino e se torna “cobrador de impostos” de Sorocaba com um amplo leque de relações.

          Era arrematador, durante quase toda a sua vida, de diversos impostos e amealhou considerável patriomônio ao longo dos anos Teve apenas 4 filhas e um filho homem, o famoso brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar , importante homem da política provincial nas primeiras décadas do Império. 
          O Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar (1793-1857), por muitos anos grande líder do Partido Liberal, por duas vezes presidente da Província (1831-1835 e 1840-1841), por exemplo, deixara de sua união com a Marquesa de Santos (1797-1867) quatros filhos.

          Faleceu Francisco Antonio de Aguiar em 1818 e foi subsituido por seu unico filho Rafael Tobias de Aguiar. Para tanto, Antonio Francisco de Aguiar resp. sua viuva ou seu unico filho homem (=tutor e patriarca da familia apos a morte do pai em 1818) deu quatro de suas filhas,as irmãs de Rafael Tobias de Aguiar em casamento aos 3 filhos solteiros de Antonio de Barros Penteado e Maria Paula Machado de Itu.


          - em 1819, Gertrudes Eufrosina de Aguiar (1797-1865) consorciou-se com Antônio Paes de Barros, futuro Barão de Piracicaba (1791-1876) 

          - em 1820 a sua irmã, Leonarda de Aguiar, (1806-1881) casa com Bento Paes de Barros (1788-1858), futuro Barão de Itu .(Sou tetra-neta deles); 

          -  em 1827, outra irmã de Leonarda e Gertrudes, Rosa de Aguiar (1811-1847), consorciou-se com Francisco Xavier Paes de Barros, o capitão Chico de Sorocaba (1795-1875), irmão de Be
          nto e Antônio,.
          (Sou tambem tetra-neta deles)
          Depois de Rosa falecida em 1847 
          o viúvo, capitáo Chico, casou-se no mesmo ano com outra irmã Aguiar, de nome Anna Fausta Maria de Jesus Aguiar, a mais velha de todas. 

          Temos assim quatro irmãs Aguiar casadas com três irmãos Paes de Barros. Certamente, os chefes de família deviam manter relações comerciais desde longa data e foi a partir dos interesses comuns que nasceu o desejo de estreitarem vínculos.


          A familia Paes de Barros, natural de Itu, grande produtora de açucar desde 1780 era jà muito abastada. . 
          O tombamento de Itu em 1817 organizado pelo cap.mor da vila Vicente da Costa Goes e Aranha informa que em Itu foram arolados 136 engenhos, 400 lavradores e 3’317 escravos.
          Entre os mais importantes senhores de engenho està Antonio de Barros Penteado, e seu genro Jose de Mesquita.  

          Antonio de Barros Penteado (1742-1820) foi casado com sua prima (!) Maria Paula Machado, ( filha do capitao-mor Jorge Velho e Genebra Maria Machado) e tivem 8 filhos. Era filho de Fernao Paes de Barros e Angela Ribeiro de Cerqueira. Com os seus irmãos José e Francisco foi para as minas de Ouro em Mato Grosso, particularmente na de “Melgueira”.  De volta apõs ca. 20 anos, Antonio e José compraram terras em Itu e Capivari onde tiveram grandes fazendas. 

          Como refere Taunay livro III pag. 70, na fazenda campos Eliseos em Itu do Antonio de Barros Penteado  foram registrados 100 escravos e igual numero nos 2 fazendasGramãdo” e “São Joao” 


          A familia de Antonio Francisco de Aguiar, natural de Sorocaba, arrematador de diversos impostos, amealhou considéravel patrimonio ao longo dos annos. Por radicar-se em Sorocaba, é fácil deduzir que a família Aguiar tinha sua riqueza vinculada ao ciclo econômico do tropeirismo, que abarcava como 
          Sorocaba 1864


          atividades econômicas principais a comercialização de muares, criados na região sul do Brasil, a manutenção de um serviço de transportes baseado em tropas cargueiras e os negócios feitos com gêneros da terra para abastecimento de pontos remotos no interior do País.

          Enquanto a fortuna dos Paes de Barros, amealhada de início, no século XVIII, a partir de lavras de ouro, provinha agora das extensas terras dedicadas ao cultivo de cana-de-açúcar em Itu. Em razão da comercialização do gado muar, Sorocaba estava intimamente ligada às áreas mineradoras e às áreas açucareiras, estas situadas no Oeste paulista, entre as quais se destacava a vila de Itu, elevada à condição de cidade conjuntamente com Sorocaba em fevereiro de 1842.

          A estratégia de entrelaçar fortemente as duas famílias por meio da instituição do casamento tinha, portanto, como objetivo básico, reforçar o poder político e a abastança das famílias, Naquela época, os Aguiar enfrentavam problemas com os Silva Prado:

          Antônio da Silva Prado, futuro Barão de Iguape, administrava então o Registro de Animais de Sorocaba, e essa atividade era um foco de constantes atritos com os Aguiar. Como cobrador de novo imposto, entáo colocado por Antonio da Silva Prado, entretiveram alcunos conflitos sobre os procedimentos de essa arredacao, como sobre menzionado.
          Sucedendo ao pai, o brigadeiro Rafael Tobias (casado com a Marquêsa de 
          Santos, Domitilia de Sousa e Castro em 1842), manteve uma rivalidade ainda maior do pai com Antonio da Silva Prado por causa da cobrança dos impostos promovido por este que se estendeu como vem contado, tambem sobre os seus parentes Paes de Barros (?) ou talvez são somente lendas.

          Os casamentos realizados entre os de Aguiar e os Paes de Barros também iriam facilitar o desenvolvimento das respectivas atividades econômicas, pois um lado da família se encarregaria de providenciar o meio de transporte apropriado para que a produção agrícola proveniente das fazendas que o outro lado da família explorava em Itu chegasse segura ao porto de Santos. (Uma das filhas de Antonio de Barros Penteado era casado Jose Xavier da Costa Aguiar" em Santos, veja em baixo)

          Francisco Xavier Paes de Barros,
           tetravó de Tiffany, foi comandante da Guarda Nacional e membro do Partido Liberal: Participou com o seu irmão Bento Paes de Barros tambem tetravó de Tiffany, da Revolução de 1842 ao lado de Rafael Tobias de Aguiar, governador de S. Paulo
          Foram presos mas depois anistiados. Francisco Xavier, apelidado mais tarde de Capitão Chico Sorocaba, transferiu-se depois para Santos, casando-se, com duas irmãs Aguiar. (Rosa e Anna) volta na cidade de Sorocaba onde aministrou casas e fazendas do seu cunhado Rafael Tobias de Aguiar.. A mudança de domicílio estava certamente ligada aos interesses familiares mantidos nessas localidades.

          Sob o ângulo de esta "familia Paes de Barros" descendentes de Manoel Correa Penteado e Beatriz de Barros de Araçariguama (veija como o sobrenome mudou !) -  o
           planejamento dos casamentos é ainda mais amplo.
          Além dos três filhos já citados (Bento, Antonio e Francisco) , o pai Antonio de Barros Penteado havia  casados suas filhas com "imigrantes" portuguêses, amplamente involvidos no comercio mercantil.

          Anna Joaquina de Barros 
          (1781-1837), a primeira filha do casal Antonio de Barros Penteado , que casou-se com João Xavier da Costa Aguiar, membro de influente clã santista, e que era como dizem "o correspondente comercial" de seu sogro (Antonio de Barros Penteado).


          - Genebra de Barros Leite (1784-1836), com o brigadeiro Luis Antônio de Sousa e em 2° nupcias, com José da Costa Carvalho, futuro Marquês de Monte Alegre e Presidente da Provicia.


          - Escolástica de Barroscom o ouvidor português Miguel de Azevedo Veiga;

          - Angela Ribeiro de Cerqueira (1799- ?), com José Manuel de Mesquita, comecriante e negociante de escravos do Oeste Paulista; 

          A filha caçula , Maria de Barros Leite (1804-1899), foi casada com o senador e conselheiro do Império Francisco de Paula Sousa e Mello, ituano com livre trânsito nos meios politicos da Corte. (Deles descende o engenheiro Antonio Francisco de Paula Souza, neto materno do 1° Barao de Piracicaba) 


          Isso é o nucléo do meu ramo  "Paes de Barros e Aguiar" formado-se ainda na era colonial  Alguns dos seus descendentes foram envolvidos na formação do imperio do Brasil  e depois se estabeleceu na cidade de Sao Paulo em ca. 1870, no ultimo terço do sec. 19 quando a economia agroexportadora paulista ingressava em sua etapa capitalista. 

          Diz Eudes Campos : "Podia a familia Paes de Barros Aguiar, contar com a lealdade dos parentes e contraparentes paulistanos, tanto do ponto de vista social, quanto do econômico e também do político" .



          Textos em parte de:

          Viver e sobreviver em uma vila colonial - Sorocaba, séculos XVIII e XIX" Carlos de Almeida Prado Bacellar, 2001)
           e
          "Os Pais de Barros" por Eudes Campos, no AHM 2008. ano 3, n° 16 (Arquivio histórico municipal São Paulo)

          Bibliografia :
          • Historia do café, Taunay livro III
          • O Quintal de Fàbrica , Anicleide Zequina
          • Um lavrador Paulista do tempo do império;Maria Celestina  T. M. Torres Istituto Historico Geografico Piracicaba
          • Rio Claro seicentesqua (pdf) Museo Historico e Pedagocico Amador Bueno da Veiga
          • Contribuiçâo ao estudo de formação de empresario Paulista (pdf), Zelia Maria Cardoso de Mello
          • Genealogia Paulistana, Silva Leme
          • Amizade e negócios na rota das tropas, Tiago Luís Gil