“Cada pessoa tem a sua historia. - Cada pessoa tem uma familia. - Cada familia tem origems. - Você não é apenas o que você imagina que é!"

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quinta-feira, 12 de julho de 2018

PEDRO VAZ DE BARROS (1), TEORIAS E POLEMICAS NA HISTORIA - ATE HOJE

ATUALIZADO Janeiro/Fevreiro 2022
Recebi muitas e-mails com perguntas ou informações e alguns comentarios sobre as origens judaicas de Pedro Vaz de Barros. Agradeço e respondo assim :

Sigo de muitos anos as varias pesquisas e narrativas sobre Pedro Vaz de Barros.
Existem algumas narrativas sobre a sua ascendencia ainda discutida : de ser cristao-novo.. Infelizemente com isso é nomeado por muitos como "judeu sephardito" o que não é esato. .Atualmente parece com as ultimas pesquisas que tem muitissimas duvidas e suposições que afirmam que ele  era de origem sephardita. Ser de origem sephardita é bem diferente de ser judeu sephardita. Jà conta historia de conversâo e antepassados de quem nâo se sabe ainda nada. Que ele é ou seria de origem sephardita realmente não é surpreendente nem uma sensação quando se pensa na história da Península Ibérica. Desde tempos imemoriais, os povos se misturaram ao longo da história.

Entre certos historiadores e genealogistas hoje ainda há polêmicas e, sobretudo, nenhum fato claro e provado. E' um tema interessante, mas não quero comentar polémicas entre historiadores, genealogistas ou politicos/religiosos. - Depois muitos portugueses tem sepharditas e tambem arabes/ moriscos na sua ascendencia e assim pode ser que ele nâo tem somente origens sepharditas, mas tambem arabes e quem sabe quanto mais. Tive muitos povos e culturas no Portugal e na Europa inteira.

Acho importante saber que a polemica sobre as origens de Pedro Vaz de Barros jà nasceu no inicio do sex XIX , como se pode entender tambem no artigo embaixo, e sim,! é muito interessante. Mas acho mais interessantes as historias individuais de estes nossos numerosos patriarcas NO BRASIL. As interligações das varias familias, culturas, a historia de indios e seus descendentes mamelucos etc etc sâo mais interessantes que seguir as polemicas de hoje. Efeitivamente o meu interesse principal aqui parte dos patriarcas do meu ramo Paes de Barros que são Antonio de Barros Penteado c/c Maria Paula Machado e Francisco de Aguiar c/c Gertrudes Ayres.

Acredito que a genealogia e a história não devem ser usadas para questões politicas e religiosas de certos historioadores ou "genalogistas" por fim politico - como por exemplo esta "nova caça ao judeu" e esta nova "certlificaçâo" dos judeus para obter a cidadania portuguêsa nos dias de hoje. Parece quase uma inquisiçâo ou nazi-raçismo ao contrario com todas estas estrelas de David e menoras os quais se podem encontrar nos varios sites de genealogia (!)
Nâo devem ser usados nunca de vários lobbies de história ou religiões, sociedades privadas ou por protagonismo pessoal para propagar as proprias teorias com o focus na politica de hoje ou para escrever uma nova historia !. A historia muda sempre CONOSCO. Sei que obviamente a religião é "as raças" (palavra tambem muito polemica) são témas muito falados em nossos tempos de hoje, mas nâo é o meu interesse principal em este blog.


Deve -se saber ou recordar que :
A genealogia se ocupa com a conexâo biologica entre diferentes individuos e de uma reconstrução da seqüência ordenada de gerações. !
Ela  é o hábito de relacionar os ancestrais para torná-los conhecidos e qualificar o indivíduo perante seus pares, nas varias sociedades e civilizações. .Isso funcionou como a base elementar na formação das civilizações, Sumeriana, Egípcia, Hindu, Chinesa, Japonesa, Grega e Romana e, até, nas tribos indígenas do Amazonas. 
Numa perspectiva mais abrangente, a genealogia procura reconstituir o perfil e a história social, política, econômica e cultural da família e seus integrantes,: suas associações com outros grupos e seu papel na sociedade nas varias epocas (!), os quaes necessitam ser observados em maneira objetiva e então, não com o olho e ponto de vista de hoje para certos objetivos politicos !  Então não é importante a religiao, porque este fazia parte da epoca do individuo que o formou e que o fazia lutar para varias razôes ! Isso é importante, não a critica da politica do ponto de vista de hoje.

 

texto por Manoel Valente Barbas, Revista ASBRAP nr. 7 :

" Informações históricas e genealógicas desse naipe mais causam polêmica, dúvidas, do que esclarecem ou acrescentam algo ao que já se sabe sobre a família "

1) MOURA, AMÉRICO DE.  “Os povoadores do campo de Piratininga (traços biográficos e genealógicos, Separata da REVISTA DO INSTITUTO HISTÓ-RICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO. Vol. XLVII, págs. 146 e 147. Este autor parece que possuía muitas informações interessantes e originais, quando escreveu o artigo. Não se sabe se conseguidas através de pesquisas, leitura ou tradição oral familiar ou social. Porém, foi displicente, não pensando na contribuição histórica que poderia realmente dar para o futuro; simplesmente desleixou nas referências/fontes de onde, supõe-se, extraiu suas informações. Algumas destas fontes, simplesmente não menciona; outras, cita de passagem, sem precisar onde foram encontradas ou se achavam arquivadas na ocasião, impedindo uma consulta posterior sobre a matéria. Ele cita o nome dos pais do primeiro Pedro Vaz de Barros: diz serem Jerônimo Poderoso (sic) e Joana Vaz de Barros. Esse Poderoso poderia ser, inclusive, uma má leitura paleológica de Pedroso; mas ele reforça a afirmação ao dar o nome do primeiro filho do casal como Antônio Poderoso (e acrescenta...”depois Antônio Pedroso de Barros”), aquele que conhecemos por Pedro Taques e Silva Leme também como Antônio Pedroso de Barros. Se essa informação fosse acompanhada pela fonte onde a colhera, seria de grande interesse histórico e genealógico. Mas cai no vácuo de profunda dúvida. Outra notícia que dá sobre esse par ancestral é que eram “ambos meio cristãos novos”. Mas também não declara de onde tirou essa informação. Como o artigo é de 1952, antecedeu na assertiva a José Gonçalves Salvador (ver Nota , abaixo), o que faz supor que este se louvou no primeiro para passar adiante a notícia, infelizmente não baseada em fonte resgatável. Outra informação que dá é que Antônio Pedroso de Barros declarou ao visitador do Santo Ofício, em 1591, na Bahia, ser “tratante”(contratado) para o Peru; aí declarou também os nomes e condição dos pais (descendentes de judeus). Essa notícia seria de grande valor para os descendentes, se fosse fundamentada, mas até o dia de hoje não se sabe onde está esse documento, quem o viu, quem primeiro transmitiu o fato. José Gonçalves Salvador também confirma o caso com as mesmas palavras, talvez se louvando em Antônio Moura, sem apurar se fundamentada ou não. Sobre Pedro Vaz de Barros ( Iº), Moura acrescenta de novidade que era mor-domo da Confraria do Rosário, mas também sem citar datas ou origem da notícia. Diz ainda que recebera uma Sesmaria, em 1501, em Cabo Frio, atualmente, Rio de Janeiro, registrando a seguir : “ ”Sesm.”, I, 201”
2) JOSÉ GONÇALVES SALVADOR, “Os Cristãos-Novos e o Comércio no Atlântico Meridional”, págs. 65, 82, 95, 102, 104, 113, 130, 231,359, 369; “Cris-tãos-Novos, Jesuitas e Inquisição”, págs. 17, 46, 47, 52, 169, 172, 173, 185); “Cristãos-Novos – Povoamento e Conquista do Solo Brasileiro”, Editora Pionei-ra/MEC, págs. 7, 8, 13, 14, 32, 34, 62). A idade dos irmãos Pedrosos de Barros, além de outros cálculos, pode-se confrontar com que este autor diz, na p. 65, do primeiro livro aqui citado: “Um dos tais, rapaz de 21 a 22 anos (estava-se em 1591), chegara do Peru ainda há pouco, aonde fora na qualidade de “tratante”. Seu nome? Antônio Pedroso de Barros, que viria a ser figura de projeção na capitania vicentina”. Dá como referência “Documentos da Visitação de 1591....,cf. Bh 1591, p.195”.
AINDA: Onde estariam, na Bahia, esses documentos que merecem uma publicação caprichada e bem divulgada?


Deve-se ainda procurar mais dados sobre a mãe de Pedro Vaz de Barros. Sobre a sua origem circulam varias "lendas".  Mas nao se sabe quando nasceu ? Quem foram os pais ?  Segundo varias fontes ela fazia parte de uma das muitas familias de Barros em Portugal..Qual a conexâo ?
Nos processos que a  nota narrativa historica cita e que se pode ler no torre de tombo, a mãe de Bernarda e Lucrecia, é uma Joana Vaz. sem Barros.  Jà falecida de peste na epoca do processo. O pai - que seria Jeronimo Pedroso- é citado como cristao-novo. Ainda, estes filhos  ja foram filhos de um cristao-novo ? Foram batizados ? Quando ???? a conversâo quando aconteceu ? Como e porque ?

Os sobrenomes dos irmãos : Pedroso de Barros e Vaz de Barros. Qual o origem ? Qual o sistema de sobrenomes era isso ? (espanhol ou portuguesa ? leia aqui sobre os sobrenomes : de onde vem o de Barros ?

Depois tem uma curiosidade  sobre o Judaismo que talvez muitos não sabem. Tem a diferencia de "ser Judeu" e de "ser de fé judaica". Em outras palavras : um judeu nao deixa de ser considerado judeu se não praticar a fé judaica ou adotar outra religiao (tambem forçada como na historia). Isso é ser judeu por genealogia patrilinear. Em vez.a fé vem trasferida somente da mãe ! Quem nasce da mãe judaica é tambem de fé judaica. (HALACHA). 
Tem varios disscussões tambem entre os judeus mesmos para este fato se ser judeu vem trasferido pelo sanuge e a genetica ou não. Tem uma disscussão  sobre as leis rabinicas que definem como judeu aquele que nasce de mâe judia; então ser judeu para eles é uma condição trassmissivel apena pelo sangue . A pergunta hoje é  se qualquer um pode converter-se ao judaismo  e ser judeu ou nao ? somente esta religião é tao marrcada pela ideia de conversão.

Ainda : a pesquisa sobre  Pedro Vaz de Barros ser judeu, filho de conversos e/ou cristao novo etc etc nâo é terminda. Faltam muitas dadas e muitas disscussôes sobre certas pesquisas do inicio do XX seculo ainda  são abertas.

Tem sobretudo muitas suppocições  e conjecturas hoje na historia, vindo tambem das ultimas narrativas historicas sobre Pedro Vaz de Barros....! Todos podemos fazer tesis em teoria e escrever uma historia segundo o proprio interesse..
As muitas suppocições na narrativa são interessantes e abrem tambem muitas novas
 perguntas interessantes , mas não é o objetivo  de este blog discutir-as e certamente não tomà-los como assoluta verdadeira historia !  Falta documentaçao fiavel !

Porque é claro : somos todos tambem indios, negros, brancos etc - somos seres humanos- interligados por varias historias, epocas,  culturas e por isso tambem por varios religiôes ! Fazem todos parte da historia da humanidade

O fluxo genealógico e sua importância na história da humanidade nós faz ánalisar que cada um de nós tem 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 4ºs avós, 64 5ºs avós, etc, etc numa progressão geométrica que nos dá 500 milhões de 28ºs avós, ou seja, cada um de nós, hoje vivo, tem um número maior de 28ºs avós do que a população da terra a meros 800 anos atrás! -

Racionalizando este fato científico/matemático pode-se afirmar que esse fluxo contínuo de avós nos transforma a TODOS em parentes com um ancestral comum através do qual somos primos em algum grau de todos os seres humanos existentes na terra no dia de hoje.... Témos em téoria mais de 2000 10°s avós. Pedro Vaz de Barros, é somente um entre os meus e de muitos outros membros Paes de Barros e outras familias !
Reduzir a sua e nossa "historia" somente à um téma de religião e polemicas com 
 o objetivo de ter uma cidadania diferente ou escrever uma nova historia do Brasil, me parece nâo apropriado e respeitoso.

Curioso é que a base de este "atual grande interesse de pesqusas genealogicas" é sempre a Genealogia Paulistana....que nâo é completa, e tem tambem erros,  As genealogias refletem tambem a època em qual um genealogista vive. Em este caso a obra de Pedro Taques foi escrita durante o sec. XVIII, e foi "modernizada" pelo seu descendente Silva Leme ao inicio do XXsec. Isso tambem se deve considerar !  
mas de seguro é uma obra muito importante e interessante para fazer novas pesquisas !

Leia aqui qual é a ascendencia do nosso ramo dos Paes de Barros segundo a Genealogia Paulistana :  Paes de Barros - tambem descendentes de Pedro Vaz de Barros, vindo do Portugal e a a minha historia

Abraços Tiffany

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Paes de Barros - Raizes de familia em Bruges, Belgica, ascendencia de Luzia Leme casada com Pedro Vaz de Barros

Esta attualizaçâo de hoje, 13.09.2017 sostitui o postagem do 6.10.2011


OS LEME família de mercadores de origem flamenga

Entende o caso : Pedro Vaz de Barros, 10° avó de Tiffany, foi casado con Luzia Leme ou Fernandes. Este ultima (segundo Silva Leme na genealogia paulistana) seria descendente da familia Leme de Bruges e Madeira.

A família Leme, de São Paulo, originária a partir de Pedro Leme (nascido no Funchal, Madeira), deixou um legado significativo para o Brasil colônia. Seus descendentes ajudaram a construir não apenas a capitânia de São Vicente, mas todo o estado de São Paulo, e as regiões Sudeste e Sul. Seus descendentes constituem-se em grande parte de brasileiros, de todas as origens.

A familia dos Leme no Brazil e na Europa ou seja as suas origens são objeto de estudo de muitos genealogistas e historiadores. Ainda existem mais de um aspecto que até hoje não e claro sobre os patriarcas dos Lemes brasileiros : Antão Leme (pai) e Pedro Leme (filho).


Tambem tem variàs pontos de polèmica sobre a ascendência de Antão Leme até os Lem, de Bruges (Flandres), hoje Belgica. As poucas fontes bibliográficas sobre as filiações em Portugal e Ilha da Madeira não deixam uma cronologia exacta. A origem flamenga ainda è claro, mas não há consenso entre histoiradores e genealogistas em Belgica, Olanda e Inglaterra e Lisboa entre as varias téorias sobre os 2 Martim Lem (pai e filho) ou Martim ou comerciante e Maertin o politico em Bruges.

Esta disscussão nasceu sobretudo após a publicação do ensaio em 2006 de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme, Lisboa : “Os Lemes - a Percurso familiarizado de Bruges a Malaca “ , no qual ela escreveu de apenas um Maertin Lem em Portugal e Bruges.



1. Objecto da disscução: comerciante em Lisboa e Bruges no século XV

Martin I era um comerciante, nascido em Bruges. viveu a partir de ca 1450 em Lisboa e tive filhos com Leonor Rodrigues. Deixou Portugal em 1466 para Bruges.

Martin II (filho) viveu em Bruges, casou com Adrienne van Nieuwenhove e foi 'burchmeester' (burgomestre) de Bruges e em 1479 conselheiro de Maximilian da Áustria.

A grande questão é ; qual é a relação entre Martin o commerciante e Martin o burgomestre?


Teoria A : Martin  o comerciante e Martin o burgomestre  são pai (Martim I)  e filho (Martim II).
Martin Lem I nasceu antes de 1385 e foi filho de Willem. Por volta de 1440 entre a Bélgica e Portugal; casou com “Joanna de Barroso” e viveu na Bélgica .O seu filho Martin II nasceu em Portugal ou a Bélgica.
Após a morte de sua esposa “Joanna” em Bruges, Martin I voltou para Lisboa e tem 7 filhos para fora de sua relação com Leonor Rodrigues. Essas crianças foram legitimados em 1464; as cartas de legitimação estão descansando nos arquivos reais. Em 1466 Martin voltou para Bruges.

Seu filho Martin II deveria ter ficado em Bruges, após a morte de sua mãe, onde ele obteve sua educação. mas até hoje nenhuma fonte em Bruges foi encontrada por essa teoria.

Um Martin Lem foi menzionado pela primeira vez em Bruges, Bélgica, em registros do ano 1467 quando se casou com Adrienne van Nieuwenhove e diventou burgomestre/ prefeito de Bruges.

Este teoria diz que Martim Lem I o pai tive dois filhos do mesmo nome. Um Martim IIa com Joana em Bruges e outro Martim IIb com Leonor Rodrigues em Portugal. A teoria diz tambem que Martim IIa foi o burgomestre de Bruges. Não tem nenhuma prova para um casamento com Joana e nascimento de Martim IIa.

A1). Esta teoria baseia-se em uma única pessoa, “Joanna Barroso”
Mas uma pessoa com este nome não foi encontrada em outros documentos !

Nada é documentado em fontes primárias históricos. Toda a informação que temos em varias sites genealogicos vem de genealogistas e historiadores posteriores de Sueyro, cujas fontes são desconhecidas.Ele - Sueyro- foi o primeiro a escrever em 1625 sobre Martim e Antonio Leme, filhos de outro Martim Lem. Isso mais de 150 anos depois a morte do primeiro Martim Lem (1485).
A s suas informações foram copiados ainda em modo incorreto tambem por Taques e Silva Leme e depois de todos os outros. A confusao é ainda major porque também muitos filhos, netos, bisnetos etc. do primeiro Maertim Lem tem o seu mesmo nome e sobrenome.


A2). Mais tarde em 1850 Jean Jacques Gaillard, genealogista em Bruges no sec. XIX (!), escreveu a genealogia da família Lem em Bruges onde ele menziona que este Martim que foi em Portugal por algum tempo, foi casado com uma Jeanne, "natif de Portgual" = é frances e significa :Joanna natural de Portugal. Não se sabe nada sobre a fonte de Gaillard para este nome Jeanne, natural de Portugal !
E de seguro assim que outros pesquisadores após Gaillard, copiaram e ainda formaram este nome fantomatico de “Jeanne Barroso”.

Mas Sueyro nunca escreveu este nome.na sua obra "Anales das Flandres" !
Ele escreveu que a esposa de Maertim foi uma senhora do linhagem da família Barroso,

Isso nunca pode fazer dela Joanna Barroso com vem ainda hoje referido em muitos sites. Seguindo as genealogias portuguesas sabemos que em esta epoca não existiam sobrenomes….Em um linhagem encontram-se também hoje muitos sobrenomes differentes. Um linhagem significa ser membro de uma família com um ancestral comum, mas não siginifica ter o mesmo sobrenome.


Em Portugal até 1911, com efeito, a dos sobrenomes era liberal, isto é, as pessoas eram apenas batizadas com o nome próprio, e escolhiam livremente mudar esse nome próprio ao entrar na adolescência, época em que recebiam o sacramento do Crisma, considerado um novo batismo, e que permitia, e permite, mudar o nome próprio, ou acrescentar-lhe outro. Até 1911, pois, por conselho da família ou vontade própria, o crismado escolhia qual ou quais os sobrenomes de família que iria assinar como adulto. Esses registos eram exclusivamente os da Igreja Católica, que serviam oficialmente quando preciso na vida civil.

No século XIV é adotada em Portugal a língua portuguesa para os registos oficiais, abandonando-se o latim bárbaro até então utilizado para esse efeito. Isto paralelamente a outras nações europeias, onde pelos anos de 1370 já se encontra a palavra "sobrenome" em documentos, nas respectivas línguas locais.

Mas um sobrenome significando ainda e apenas, então, um segundo nome mais distintivo, livremente atribuído ou escolhido, não necessariamente transmissível. Ou seja, não o sobrenome no sentido contemporâneo do termo.- 
A necessidade de adicionar outro nome para distinguir as pessoas de mesmo nome veio a partir de certa altura a ganhar popularidade. Então elas passaram a adicionar ao nome que declaravam, ou que assinavam, o apelido (sinónimo em português de alcunha) por que os outros as distinguiam, ou então a sua terra de origem, por exemplo. Assim, o João Anes, filho do ferreiro, se diria João Anes Ferreiro, podendo passar essa alcunha/apelido aos seus descendentes. O filho de João Anes, de Guimarães, que passasse a residir em Barcelos, dir-se-ia João Anes de Guimarães. Este processo é paralelo e análogo ao da nobreza, que em muitos conhecidos se assina pelo nome das terras de senhorio da respectiva família (João Anes de Sousa, ou seja: João, filho de João, senhor ou dono das Terras de Sousa), ou Afonso Vaz Correia (Afonso, filho de Vasco, da linhagem tornada conhecida pelo epíteto/alcunha/apelido Correia). - Assim há dois tipos básicos de sobrenomes, os que eram dados, ou chamados pelos de fora a alguém, para o distinguir (apelido, o mesmo que alcunha), e aqueles que são escolhidos pelo próprio para se afirmar, ou distinguir perante os outros (toponímicos).No século XI, época da Revolução Urbana na Europa, com a explosão da população nas até então pequenas cidades medievais, pouco mais do que aldeias, o uso de um segundo nome se tornou tão comum nessas urbes subitamente crescidas, e onde as pessoas passaram a ter mais dificuldade em conhecerem-se todas, que em alguns lugares era mal considerado não se ter um sobrenome. Mas mesmo tendo sido este fenómeno o começo para todos os sobrenomes que existem atualmente, grande parte dos nomes usado nas Idades Média e Moderna não tem a ver com a família, isto é, nenhum era obrigatoriamente hereditário, até à implantação do registo civil com força de lei em Portugal, no ano de 1911. Note-se que até ao século XVII nem sequer a Família Real dispunha de sobrenome, sendo apenas os seus membros tratados pelos seus nomes próprios e seus respectivos títulos distintivos.E com isso estou convencida que este „Jeanne ou Joana“ não tive o appelido Barroso , mas, era talvez membro ou descendente de nobre familia Barroso com outro appelido ou sobrenome que não sabemos. Attenção : a familia Barroso nao tem nada a ver com a familia de Barros !!

Teoria B -    Martin I, o comerciante em Portugal é também Martim II, o burgomestre em Bruges depois 1467.
Em esta teoria, Martin Lem I foi por volta de 1450 em Lisboa Portugal, Sobre um Martim Lem se podem encontrar documentos em Portugal que contam que ele a partir de 1456 tive o monopólio sobre a compra e venda de cortiça contra o pagamento de 2.000 ‘dobrões’ de ouro.. Obtive este monopoloio do rei D. Afonso V por um período de 10 anos, Metade da cortiça comprado foi exportada para a Flandres.. Os historiadores supoem que Maerten Lem I falava Português, bem como a idioma flamenga e francesa, e se tornou um porta-voz dos comerciantes ambulantes e capitães dos barcos flamengos, holandeses e da ZelândiaComo referem documentos registrados na Chancelaria de D. Afoso V ele tive activiade em Portugal sempre ligada ao comércio. Ao chegar a Lisboa, tras tambem uma procuraçao de Rombout de Wachtere , outrossim comerciante flamengo, para lhe resolver um assunto relacionado com a venda de joias. Mas tarde, em 1466-1567, terà uma questão juricial a este respeito em Bruges, com o dito Wachtere.
Não se sabe quando ele teve com Leonor Rodrigues os 7 filhos que foram legitimados em 1464, ano em qual ele tambem foi comdecorado com brasão cavaleiro da casa real portuguesa. ( Cartas de legitimaçao datadas de Tentugal, 6.9.1464, em ANTTT- Chancelaria de D. Afonso V, liv. 8, fls. 66v-67)
São 7 cartas, uma para cada um dos fihos, diferindo apenas o nome do respectivo legitimado, sem data de nascimento).

Martim I foi bem conhecido em Portugal porque havia emprestado também dinheiro ao rei.Em 1466 Martin regressa à Bruges e parece levar com ele o filho Antonio e talvez tambem o filho Martim . (Apenas Sueyro em 1624 (!) diz que Martim tambem vai com o pai para Bruges ). 
Em Bruges Martim Leme casa em 1467 com Adrienne van Nieuwenhoven . Nasceram outros filhos e ele toma parte na vida polticial e municipal em Bruges.
Até hoje não foi encontrada uma conexão entre Martin I e Martin II nas fontes em Bruges . Este téoria diz que Martim Lem o comerciante em Portugal e Martim Lem o burogmestre em Bruges são a mesma pessoa, Martim Lem I,pai de Martim Lem II que foi negociante, com registros na Ilha da Madeira, o qual ele tive com Leonor Rodrigues, dama solteira, em Lisboa no periodo entre 1450-1466.



Escudo de Martim Lem I ,concedido por D. Afonso V de Portugal em 1464,

A merleta (ave héraldica) não aparece na héraldica medieval portuguesa mas foi bastante comum na héraldica flamenga e inglesa.


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2. Antão Leme, o patriarca em Brasil

Alguns genealogistas, discutem se Antão Leme era filho de Catarina de Barros, em razão de uma suposta cronologia conflitante. Além disso, o Nobiliário da Ilha da Madeira, de Henrique Henriques de Noronha, escrito em 1700, não apresenta Antão Leme descrito no título dos Lemes. Ambas as ressalvas, constam no site “Capitão Domingos da Silva e Oliveira”, indicado nas referências.

Como “contra-argumento” ás indagações acima apresentadas, há apenas a petição de Pedro Leme, em 02 de Outubro de 1564, perante o desembargador Braz Fragoso. No documento apresentado por Taques, e, posteriormente, Silva Leme, consta:


'Diz Pedro Leme, que ele quer justificar que é filho legítimo de Antão Leme, natural da cidade do Funchal da Ilha da Madeira, o qual Antão Leme é irmão direito de Aleixo Leme e de Pedro Leme, os quais todos são fidalgos nos livros de El-rei, e por tais são tidos e havidos e conhecidos de todas as pessoas que razão têm de o saber; e outrossim são irmãos de Antonia Leme, mulher de Pedro Affonso de Aguiar, e de Leonor Leme, mulher de André de Aguiar, os quais outrossim são fidalgos, primos do capitão donatário da Ilha da Madeira; os quais Lemes outrossim são parentes em grau mui propínquo de Dom Diniz de Almeida, contador-mor, e de D.Diogo de Almeida, armador-mor, e de Diogo de Cablera, f.° de Henrique de Sousa, e de Tristão Gomes da Mina, e de Nuno Fernandes, veador do mestrado de Santiago, e dos filhos de Claveiro por ser a mãe deles outrossim sobrinha dos ditos Lemes, tios e pai dele suplicante, os quais são tidos e havidos e conhecidos em o reino de Portugal por fidalgos; pede a Vmce. lhe pergunte suas testemunhas, e por sua sentença julgue ao suplicante por fidalgo, e lhe mande guardar todas as honras, privilégios e liberdade que às pessoas de tal qualidade são concedidas. E. R. M.'

Primeiramente, devemos questionar: o que é “irmão direito”? De acordo com a enciclopédia Larousse Cultural, dentre as definições de “direito” (adjetivo), especialmente, em heráldica, significa “das armas do chefe de geração ou linhagem, sem quebra nem diferença; diz-se também do brasão apresentado em sua posição normal. Portanto, creio que podemos entender que Antão Leme foi apresentado como irmão “direto” dos demais.

Como reflexão, é importante revisarmos e enfatizarmos o parentesco com os irmãos Almeida, exposto por Taques. D. Diogo de Almeida, e D. Diniz de Almeida (contador-mor do reino), eram filhos do casal Antônio de Almeida (contador-mor do reino) e Maria Paes, sendo esta filha de João Rodrigues Paes (também contador-mor do reino) e Catharina Leme. Esta última era irmã de Antônio Leme, bisavô de Antão Leme, conforme exposição de Pedro Taques.


Além da citação de parentesco com os Almeidas, Pedro Leme, em sua justificação, apresentou como tias Antônia Leme e Leonor Leme, casadas respectivamente com Pedro Affonso de Aguiar e André de Aguiar, primos dos donatários da Ilha da Madeira. No Nobiliário das Famílias de Portugal (Felgueiras Gayo), no título dos Aguiares (arquivo 40102 – página 197), consta o casamento de André de Aguiar com Leonor Leme, sendo esta descrita como filha de Antônio Leme, neta de Martim Leme e bisneta de Antônio Leme, o flamengo. A descrição é compatível com a apresentada por Montarroyo in Pedro Taques. Quanto a André de Aguiar, o mesmo era, de fato, ligado aos Câmaras; sua avó era Isabel Gonçalves da Câmara, filha de João Gonçalves Zarco.

É interessante notar que Pedro Leme comprovou sua nobreza não apenas pela ligação com os Lemes, e não descreveu com detalhes sua genealogia; sua comprovação foi totalmente embasada em parentescos relativamente recentes e colaterais, em especial, com os Almeidas, Aguiares e Câmaras.


De acordo com Montarroyo in Taques, Martim Leme II é o formador do tronco dos Lemes na Ilha da Madeira, citando, inclusive, o ano de 1483 como data de sua mudança para a ilha. Portanto, Antão Leme seria seu neto, e, Pedro Leme, seu bisneto.

Silva Leme, no título de Lemes, cita:


F-1 Pedro Leme, que passou da dita ilha a S. Vicente com sua f.ª Leonor já casada com Braz Teves, como escrevemos adiante. Pedro Taques menciona a este Pedro Leme como o 1.º chegado a S. Vicente, porém frei Gaspar da Madre de Deus assevera ter visto o livro mais antigo de termos de vereança de S. Vicente (não consultado por Pedro Taques) onde consta que Antão Leme foi juiz ordinário na dita vila em 1544; portanto, este (e não seu f ° Pedro Leme) deve ser considerado como o tronco dos Lemes em S. Paulo.

Há testemunhos de Antão Leme ser juiz em São Vicente em 1544 (conforme informação seguinte), sendo que Pedro Leme, seu filho, já estava em 1550 em São Vicente com sua mulher, Luzia Fernandes, e filha, Leonor Leme (neta de Antão), já casada com Braz Esteves, e justificou sua fidalguia em 02 de outubro de 1564, é possível supormos:

- Leonor Leme, talvez, seria nascida por volta de 1530, ou pouco depois.

- Pedro Leme seria nascido por volta de 1505-1510, ou depois [faleceu em Março de 1600]

- Antão Leme poderia ter nascido, por volta de 1485.


Se Antão Leme é realmente neto de Martim Leme, que imigrou para a Madeira em 1483, de fato, a cronologia só é pertinente se Martim Leme levou para a ilha seu filho Antônio, já com idade para casamento. Se Antônio nasceu na Ilha da Madeira, há equívocos na apresentação da linhagem.

No entanto, no magnífico trabalho de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme foi realizada a reconstituição da genealogia e cronologia dos Lemes
De acordo com suas ponderações, a linhagem correta dos mesmos seria :

1- Martim Lem, cavaleiro flamengo, mudou-se para Lisboa, em ca 1450. Com Leonor Rodrigues, dama solteira segundo Taques, tiveram 6 filhos que foram leigitimados em 1464. Em 1466 Martim voltou em Bruges onde ele casou com Adrienne Nieuwenhoven, com a qual tive outros 6 filhos.
Os filhos com Leonor Rodrigues são :
1.1. – Luís Leme;

1. 2 – Martim Leme, o moço….Negociante, com registros na Ilha da Madeira; talvez, participou da conquista de Tanger, em 1471. Falecido antes de 13/08/1485, mesmo ano do pai e isso tambem è ainda polemico. !!!!

1.3 – Antônio Leme, o flamengo. Assim como o irmão, participou da conquista de Tanger, em 1471. Obteve carta de fidalguia em 12/11/1471 com proprio brasão. Em 1483, foi para a Ilha da Madeira. Casou-se segundo Henrqiue Henriques de Noronha com Catharina de Barros, . Seus filhos seriam:

    1.3.1 – Antão Leme - imigrou para São Vicente com sua filha Leonor Jà casada com Braz Esteves. Antão faleceu 1560.
    1,3.2 – Pedro Leme - sem maiores informações.
    1.3.3 – Martim Leme - sem maiores informações.
    1.3 4– Aleixo Leme, casou com Mécia de Melo.
    1.3.5 – Ruy Leme; casou com Leonor Vieira (1º) e Maria Franco Cabreira (2º).
    1.3.6 – Antônia Leme, casou com Pedro Afonso de Aguiar.
    1.3.7 – Leonor Leme, casou com André de Aguiar da Câmara.

1.4.– João Leme. Foi para a Ilha da Madeira, sendo enterrado na Igreja do Convento de São Francisco.

1.5. – Rui (Rodrigo) Leme, testemunha, em 1497, do Tratado de Tordesilhas. Cavaleiro de D. Manoel em 19/09/1497. Rendeiro da Alfândega de Funchal em 1506.

1.6 – Catarina Leme. Casou 1 vez com Fernão Gomes da Mina, cavaleiro de conselho, 2.vez com João Rodrigues Paes (2º), contador-mór do Reino. Deste casamento, foram descendentes os irmãos Almeidas, citados na justificação de Pedro Leme.

1.7. – Isabel ou Maria Leme casou com Martim Dinis – mãe de Henrique Leme, este ultimo nomeu toda a sua familia no seu testamento que foi......


3. Antonio Leme, patriarca dos Leme no Brasil.




Para a ingestão de Arzila em 24 de Agosto 1471e a ocupação de Tânger em 29 de Agosto 1471, Antonio Leme foi condecorado pelo príncipe D. João I, por o seu heroísmo, de acordo com um documento que está localizado na Torre do Tombo, ANTT – Chancelaria de D. Afonso V, lv. 21, fl. 90.

Na carta de armas do 1471 o rei D. Afonso V de Portugal declara que concede as referiias armas:

Chancelaria de D. Afonso V, lv. 21, fl. 90
>>Amtonio Leme carta por que lhe foy dado huum escudo tymbrado d’armas novas
“”e para todos aquelles que delle deçenderem por legitimo matrimonio”” (é o nosso caso).
Dom Afomso etc. A quamtos esta nossa carta virem fazemos saber que comsiramdo nos em como ho principe meu sobre todos muito preçado e amado filho de seu propio querer e vomtade por seus serviços fez Antonio Leme cavaleiro de sua cassa nos avemdo respeito aa sua booa vomtade e desejo com que nos veo de Framdes servir em a tomada da nossa villa d’Arzilla e çidade de Tamger com çertos espyngardeyros e homens em huuma hurca em a quall o seu pay Martym Leme o enviou a nos servir na dita guerra e queremdo mais aimda honrrar como theudo somos fazer aos que nos no semelhante bem servem como elle dez desy querendo lhe fazer graça e merçee de nosso propio querer vomtade e poder absoluto queremos e a nos praz darmos lhe huum escudo timbrado de novas armas .s.
huum escudo do quall o campo he d’ouro com çinquo merlletas de sable em santoir segundo he comtheudo em este escudo aquy em esta nossa carta patente blasonado e pyntado posto que nos bem em conheçimento somos que elle da parte de seu pay pode trazer armas com deferença mas porque elle verdadeiramente as tenha e possa trazer como chefe dellas sem deferença alguma como aquelle que por seus serviços e mereçimentos gaanhou nos lhe damos as dittas armas novamente para elle e para todos aquelles que delle deçenderem por legitimo matrimonio.
E por esta nossa carta mandamos ao nosso primeiro rey d’armas e ofiçiaes dellas que assy o notefiquem e em seus livros registem porque assy he nossa merçee e vomtade e por sua guarda e memoria e seer notorio para sempre como todo passou lhe mandamos dar esta nossa carta por nos asynada e scellada do nosso scello do chumbo.>>

Se trata de uma concessão muito honrosa sob a original forma de evitar - segundo as regras de héraldica - que o armigéro Antonio Leme tenha de usar as armas paternas (veja o escudo de Maertem Lem I) com a respetiva diferença do segundogenito e possa ostentar armàs proprias como verdadeiro chefe de linhagem. A diferença são os cores e o numéro das figuras, as merletas.

A conceder a Antonio Leme o brasão das cinque merletas (o que do pai tive três) D. Afonso procedia conforme o melhor conhecimento das regras héraldicas medieval e ao mesmo tempo como acrescimento honroso.

Segundo Margarida Ortigão, António Leme, foi o terceiro filho de Maertem Lem I e Leonor Rodrigues, seguindo as cartas da ordem das legimitações (Torre de Tombo).

Sobre Antonio Leme, filho de Martim Lem I 
" Durante os anos 80, encontramo-lo plenamente fixado na Madeira, para onde terá ido possivelmente como representante dos interesses da família naquela ilha vocacionada para o comércio do açúcar. Segundo notícias que nos chegam por via do cronista dos feitos de Cristóvão Colombo, Bartolomeu de las Casas, um dos informadores do descobridor da América foi “un Antonio Leme, casado en la isla de la Madera [que] le certificó que habiendo una vez corrido con una sua carabela buen trecho al poniente, había visto tres islas cerca de donde andaba...”
António instala-se no Funchal como cultivador de açúcar e toma parte na vida municipal, tendo sido vereador por diversas vezes entre os anos de 1485 e 1491. É, nos documentos que nos chegaram, chamado de “homem bom” e “cavaleiro”, o que o mostra plenamente integrado nos extractos superiores da sociedade madeirense.
Na Madeira Antonio Leme casou com Catarina de Barros, filha de Pedro Gonçalves da Clara e de sua mulher Clara Esteves de quem teve, pelo menos, sete filhos
1) Martim (III), 2) Antão, 3)Pedro, 4) Aleixo, 5) Rui, 6) Antónia e 7) Leonor.

Não sabemos quando Antonio morre, mas terá sido depois de 1514, ano em que assina um conhecimento de dívida de 15.000 rs de um moio de trigo recebido do feitor da terça parte da renda das Ilhas".

Sobre Pedro Leme, patriarca dos Leme em Brazil, e seu pai, Antão Leme, é referido em "Antão Leme e Pedro Leme Rumo ao Brasil", outro trabalho por Margarida Ortigão Ramos Paes Leme o seguinte:

" Em novmebro de 1542, em Lisboa, Pedro Leme e sua mulher Luzia Fernandez vendiam algumas propriedades que possuiam em Sáo Mamede, termo da vila de Obidos, Portugal, com o intuito de partir para o Brasil na companhia do pai dele, Antão Leme, que testemunha o ato, lavrado em Lisboa a 22 de novembreo de 1542. . (Torre de Tombo, Colegiada de Santa Maria de Obidos, mç, 17, doc 80, fl1 - Revista ASBRAP nr.22).Alguns dados preciosos nos transmite o documento que pai e filho partiram de Lisboa (e não da Madeira como se acreditava) para o Brasil, em finais de 1542, o mais tardar em principios de 1542. Em seguida sabemos que Luzia Fernandes não era madeirense (como todos os antigos genealogistas pretenderam) mas natural de São Mamede, termo de Obidos, onde vivera com o marido e onde a sua familia (mãe e irmão, pelo menos) ainda vivia. Leonor Leme, a filha de Pedro e Luzia (à data da escritura com cerca de dois anos) confirma aliàs, ter nascido em Obidos, quando em 1622, com mais de 80 aos, foi interrogada em Sao Paulo, no àmbito do processo de canonizaçáo do padre José Achieta..Entre as testemunhas que assinam a escritura da venda, encontra-se Roque Dias de Aguiar, expressamente designado <genro do dito Antão Leme>. Considerando o sobrenome de Roque, parece-nos que ele pertenceria aquela familia madeirense de que dois membros jà tinham casado com as irmãs de Antão, a saber: André de Aguiar com Leonor e Pero Afonso de Aguiar com Antonia..Antão Leme, pai de Pedro Leme, era filho de Antonio Leme e de Catarina de Barros, neto paterno de Martim Leme e de Leonor Rodrigues e materno de Pedro Gonçalves da Clara e de Isabel de Barros, todos moradores na Madeira. Tal como Pedro Leme, seu filho, informarà na petiçao que fez ao rei em 1564 para lhe ser justificada a fidalguia, Antão era irmão de outro Pedro Leme, do Aleixo Leme, de Antonia Leme e de Leonor Leme, mas tambem de Rui Leme e de Martim Leme. Antão não é referido entre os filhos de Antonio Leme, como tambem não o é este seu irmão Martim. (sabe-se da existencia deste Martim por um documento designado "Relação dos fidalgos e cavaleiros que aompanharam João Gonçalves da Càmara na expediçao a Azamor" - Torre do Tombo, Fragmentos, cx, 9, mç1, n° 18, publicado por FARINHA, Antonio Dias 1986).Antão Leme poderà ter vindo novo para o continente e portanto não ter deixado memoria nas genealogias da ilha. Pelo documento que é referido (ABRASP) ficamos a saber que de Lisboa partiu para o Brasil, na companhia do filho, da nora e certamente a neta ainda criança, reinava em Portugal D. João III e havia poucos anos que a Martim Afonso de Sousa fora doada a capitania de São Vicente, para onde Antão se dirigiu e onde em 1544, jà era juiz ordinario. (MADRE DE DEUS, Gaspar de) "

(fonte: Texto do trabalho de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme, "Antão Leme e Pedro Leme rumo ao Brasil")

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4. CURIOSIDADES: As armas de Antonio Leme em Brasil:


4.1)  escudos do marquês de São João Marcos e do marquês Quixeramobim.

Eles foram ambos:

- trisnetos do "caçador das esmeraldas" Fernão Dias Paes Leme (filho de Pedro Dias Paes Leme e Maria Leite),

- bisnetos de Garcia Rodrigues Paes que em 1702 foi agraciado com o fora de cavalheiro fidalgo da casa real,-
- netos de Mestre de Campo Pedro Dias Paes Leme o qual tirou brasão de armas em 1750, que é o mesmo dos Lemes, (genealogia paulistana Silva Leme, e nobiliarquia paulstiana Pedro Taques).

escudo do Marquès de São João Marcos (Pedro Dias Paes da Câmara)
por decreto do Rei D. João VI de 5 de Fevereiro de 1818 :

escudo do Marquês Quixeramobim (Pedro Dias Paes Leme), Barão com grandeza por decreto de 12 de outubro de 1825. Visconde com grandeza por decreto de 4 de abril de 1826. Marquês por decreto de 12 de outubro de 1826 e primo do Marquês de São João Marcos

Escudo: Em campo de ouro, cinco melros negros, sem pés, sem bicos, póstos em santor. coroa: a do Marquês.Alvarã de 1471, confirmado em 20-XII-1750.
(fonte: Anuario genealogico brasileiro - titulares do Império)


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4.2. Na Fonte Luminosa de Belém, Lisboa, Portugal, tem a pedra de armas de Antonio Leme. Segundo informações na Internet, todos os 32 brasões em essa fonte rapresentam provincias do império de Portugal.

a minha pergunta é: porque o brasão de Antonio Leme ésta para uma provnincia (Madeira) ?

CoA de Antonio Leme, Fonte Luminosa, Belém, Portugal

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4.3Existe hoje em Sao Paulo este brasão da Rota de São Paulo e 1° batalhão choque de Tobias de Aguiar.


Este brasão foi criado por decreto Nº 20986 de 1º de Dezembro de 1951. 
Não tem nada a ver com nobreza ou genealogia. 
Encontramos aqui o escudo de Antonio Leme, alvarà 1471....

....talvez porque segundo a genealogia Paulistana por Silva Leme, a avó materna do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar 
 foi descendente de Leonor Leme,  (irmã de nossa Luzia Leme ) e tambem filha de Fernando Dias Paes e Lucrecia Leme a qual veio com seu pai Pedro da ilha Madeira para o Brasil ?

Gostaria, por meio deste texto, de incentivar discussões e investigações sobre as origens de uma família tão ilustre na história de São Paulo e do Brasil e de approfondir as pesquisas em nova forma sobre a descendencia em Brasil. Uma familia a qual entre muitos outras familias se ligou por casamento de Luzia Leme ou Fernandes aos antepassados dos Paes de Barros, o cap.Pedro Vaz de Barros,
Sobre este ultimo não foi encontrado NADA que poderia confermar ou elucidar o que escreveu Silva Leme na genealogia paulistana. !




OBRIGADA
Wil Lem, Maastricht, Lem family association com
(Margarida Ortigão (Uni, Lisboa), Jacques Paviot (Uni  Paris-Est Créteil),
Anibal de Almeida Fernandes (website genealogia historia)
Ruud Lem, Inglaterra
André Claeys



Fontes:

- Os Lemes – um percurso familiar de Bruges a Malaca. Margarida Ortigão Ramos Paes Leme. Seminário de História Política do Mestrado em História, área de História e Arqueologia Medievais, no ano letivo de 2005-2006. SAPIENS - Revista de História, Património e Arqueologia, n.º 0, 2008. Página 27. 

- Famílias da Madeira e Porto Santo. Câmaras de Lobos. AUTOR: Compilação de Carlos Agrela.

- Martin Leme, La Carte du Duc, le contrat de blé, Bruges e Madeira, Philppe Garnier

- Antão Leme e Pedro Leme Rumo ao Brasil, Margarida Ortigão Ramos Paes Leme
- Anibal de Almeida Fernandes, website« Genealogia historia »
- Wil Lem, Maastricht, Lem family association

- GAIO, Felgueiras, 1750-1831,Nobiliário de famílias de Portugal / Felgueiras Gaio. - [Braga] : Agostinho de Azevedo Meirelles : Domingos de Araújo Affonso, 1938-1941 (Braga : : Pax). - 17 v. : il. ; 30 cm; Digitalizado e disponível em: http://purl.pt/12151

- Genealogia Paulistana - Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919)Vol II - Pág. 179 a 229 - Tit. Lemes (Parte 1)

- Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica. Pedro Taques de Almeida Paes Leme. Tomo III. Título LEMES. Editora: USP. Ano: 1980. OBS: A obra original, é do Século XVIII.

- Ruud Lem, Inglaterra

- André Claeys

- Capitão Domingos da Silva e Oliveira (website)

- http://genealogiaeorigens.blogspot.it/2016/01/os-lemes-e-ligacao-aos-barros-e-camaras.html

sábado, 30 de julho de 2011

Paes de Barros - tambem descendentes de Pedro Vaz de Barros, vindo do Portugal

Atualizado 12.07.2018

é muito interessante para a pesquisa da família, descobrir as histórias pessoais de nossos antepassados ​​na história do mundo e tentar colocar o quebra-cabeça.
Faltam muitos informações.
Em parte, apenas pequenos fragmentos estão presentes. Tento collocar toda informação possivel para obter uma visão global dos varios membros dos nossos ancestrais.

Faço isso como um hobby. De nenhuma maneira as minhas pesquisas são profissionais e pode ser que eu mesmo cometo erros ou desinformação na coleta de dados e nomes.

Portanto, ficarei feliz com qualquer informação ou correcção. 
Somos descendentes de Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme, que foi descendente de Antonio Leme, meio-irmão de Martim Lem II de Bruges na Belgica, descendentes de Willem Lem.
Dos descendentes de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme resultam varios ramos no Brasil e muitos são interligados entre os varias familias.

Pedro Vaz de Barros, o nosso “patriarca”  brasileiro. 

Sobra a sua ascendencia tem muito polémica que foi inicidada no inicio do XIX seculo por Americo de Moura em um texto do ASBRAP. Este autor parece que possuía muitas informações interessantes e originais, quando escreveu o artigo. Não se sabe se conseguidas através de pesquisas, leitura ou tradição oral familiar ou social.???? Porém, foi displicente, não pensando na contribuição histórica que poderia realmente dar para o futuro; simplesmente desleixou nas referências/fontes de onde, supõe-se, extraiu suas informações. Algumas destas fontes, simplesmente não menciona; outras, cita de passagem, sem precisar. Ele cita o nome dos pais do primeiro Pedro Vaz de Barros: diz serem Jerônimo Poderoso (sic) e Joana Vaz de Barros. Esse Poderoso poderia ser, inclusive, uma má leitura paleológica de Pedroso; mas ele reforça a afirmação ao dar o nome do primeiro filho do casal como Antônio Poderoso (e acrescenta...”depois Antônio Pedroso de Barros”), aquele que conhecemos por Pedro Taques e Silva Leme também como Antônio Pedroso de Barros. Se essa informação fosse acompanhada pela fonte onde a colhera, seria de grande interesse histórico e genealógico. Mas cai no vácuo de profunda dúvi-da. Outra notícia que dá sobre esse par ancestral é que eram “ambos meio cristãos novos”. Mas também não declara de onde tirou essa informação.....

Pedro Vaz de Barros foi natural do Algarve, Portugal. Residia em Lisboa quando veio para o Brasil, com o irmão Antônio Pedroso de Barros, com provisões do Donatário Lopo de Sousa para servirem no respectivo Governo.
Em 18-AGO-1603 já se encontrava na qualidade de Capitão-Mor Governador da Capitania de São Vicente, onde se radicou definitivamente, castando com Luzia Fernandez (LEME), filha de Fernando Dias Pais e Lucrécia Leme, estabelecendo-se com uma fazenda em Pinheiros, além de possuir o Sítio Itacoatiara e grande número de escravos índios.

Em essa epoca nasceu o movimento dos bandeiristas. Fez nova bandeira em agosto de 1611 com autorização de D. Luís de Sousa à região do Guairá, assaltando no final do ano a redução jesuítica de Paranambaré, ou Paranambu, e apresando 500 índios. Trazia os índios para São Paulo quando foi atacado pelo militar espanhol D. Antonio de Añasco, que lhe retomou a presa.

Em 1615 voltou outra vez à região do rio Paraná e Guairá e de novo em 1623. Sebastião Preto, ali morto, e seu irmão Manuel Preto, haviam descoberto a vantagem de prender índios aldeados, já com hábitos de trabalho rural. Além do rio Tietê e do rio Paraná surgiam como outras vias as Sete Quedas, o «caminho do Piabiru« ou das cabeceiras do rio Paranapanema às do rio Ivaí e por este ao Piquiri e ao Paraná.

Foi vereador em 1619, capitão da vila em 1624, grande bandeirante (com famosa bandeira desde 1603), pois socorrera Santos quando de ataques corsários em 1614 e 1626, dono da Fazenda de criar gado do rio Pequeno desde 1640.

Por duas vezes (em 1614 e 1626) foi com gente armada à sua custa em socorro dos habitantes de Santos, ameaçados por corsários holandeses.

Em 1628, foi o chefe da vanguarda da grande expedição de Antônio Raposo Tavares e Manoel Preto ao Guairá, salientando-se pela sua audácia e infatigabilidade.

Em 1640, fundou a fazenda de criar do Rio Pequeno. Foi um dos maiores sertanistas dos primórdios do Século XVII.


Colonização da Região de São Paulo: Índios, colonos, jesuítas e bandeirantes


(Texto e foto: PDF:Maria Aparecida Papali, Maria José Acedo del Olmo 
e Valéria Zanetti de Almeida )


Acolonização da região de São Paulo teve início com a fundação da cidade litorânea de São Vicente, sob o comando de Martin Afonso de Sousa. Colonos e jesuítas revezavam-se na busca pela conquista do indígena, imprescindível como mão-de-obra barata, passível de escravização e disponível para o trabalho árduo dos primeiros tempos. A partir de 1553, a colonização portuguesa se consolida na região, possibilitando a constante penetração pelo continente, movimento de interiorização da Colônia, o qual encontrou em terras paulistas um forte impulso.

Subindo a serra, clérigos da Companhia de Jesus, sob a liderança do padre Manuel da Nóbrega, alcançaram o planalto e efetivaram o antigo projeto de instalação de aldeias na região. Sendo assim, fundaram em 25 de janeiro de 1554 o Colégio de São Paulo de Piratininga, com a expectativa de expandirem a evangelização dos índios pelo sertão adentro. No planalto, dois grandes grupos indígenas, Tupiniquim e Tupinambá, eram inimigos ferrenhos e, em boa parte do século XVI e XVII mantiveram-se em guerras sangrentas. Colonos portugueses e jesuítas aliaram-se aos Tupiniquins, numa política de aliança e aproximação. João Ramalho, português bastante indigenizado, casado com a filha de Tibiriçá, chefe Tupiniquim, pai de muitos filhos mamelucos, favoreceu bastante tal processo de aliança Os combates e conflitos entre Tupiniquins e Tupinambás eram fomentados pelos colonos portugueses que, valendo-se de sua aproximação com os Tupiniquins utilizavam os prisioneiros de guerra, que, ao invés de serem sacrificados, conforme o costume das tribos, eram transformados em cativos e vendidos como escravos. A partir de 1560 o projeto jesuítico de aldeamento e constituição de missões alastrou-se ganhando força e adeptos entre os representantes da Coroa. Num primeiro momento, os próprios colonos aceitam pacificamente o comando dos jesuítas sobre as populações indígenas, desde que tal atitude não atrapalhasse a disponibilização da mão-de-obra representada pelo nativo.

O projeto jesuítico de aldeamento visava construir uma forte estrutura na qual o indígena, uma vez submetido ao cristianismo, desse continuidade ao trabalho nas roças e lavouras, e assim, mediante salários módicos, servir aos colonos nas mais diversas modalidades de trabalho. Não obstante a desestruturação social que tal mecanismo engendrou entre as comunidades indígenas, os aldeamentos assim concebidos significavam uma possibilidade de existência de mão-de-obra livre.

Apesar das boas expectativas iniciais, tal experiência de aldeamento tende a desmoronar a partir do final do século XVI. Cada vez mais os colonos paulistas mostravam-se impacientes com a ingerência dos jesuítas sobre os trabalhadores indígenas. Tem início o conflito entre colonos e jesuítas que prolonga-se pelo século XVII, até a expulsão destes da região de São Paulo, em 1640.

Não tardou para que o findar do século XVI surgisse com os colonos paulistas adentrando sertões com suas “bandeiras” de apresamento, ao encalço do índio. Muito embora medidas legais proibissem a escravização do indígena, os colonos a efetivavam, a revelia de instituições e da perseguição dos jesuítas.

Com a crescente utilização da mão-de-obra indígena, a região do planalto se solidifica economicamente, intensificando cada vez mais a rota comercial com o litoral. No início do século XVII, D. Francisco de Sousa, nomeado governador da então Capitania de São Paulo, busca revitalizar a produção paulista, quando inicia política de transformar São Paulo no “Celeiro do Brasil”, incrementando a produção de trigo para abastecimento da Colônia. Junto a essa política, D. Francisco buscou também recuperar o já desestabilizado projeto de aldeamento dos jesuítas. Para tanto, incentiva a criação de novas aldeias, entre elas a de Barueri e Santo André..

No entanto, com a morte de D. Francisco, em 1611, o projeto de aldeamento desintegra-se definitivamente. A grande aldeia de Barueri, não respeitada pelos colonos, sofre invasões de bandeiras, dilui-se, formando outros pequenos núcleos de aldeamento, como a Aldeia de Nossa Senhora da Escada (atual Guararema) e a Aldeia do Rio Comprido (núcleo que deu origem a cidade de São José dos Campos) Grandes bandeiras de apresamento do indígena adentram-se cada vez mais pelo sertão e, a partir de 1640, com a expulsão dos jesuítas da Capitania de São Paulo, um novo impulso de busca por novas tribos indígenas tem início, quando bandeirantes paulistas avançam pelo Vale do Paraíba. Novas Vilas são edificadas, como Taubaté, Guaratinguetá e Jacareí, tendo início um núcleo urbano que desencadeia o surgimento das demais cidades do Vale do Paraíba paulista.

Sobre Pedro Vaz de Barros escreveu Pedro Taques na Genealogia Paulistana Vol. III, em Tit. Pedroso de Barros, pag. 442:

“Porém, Pedro Vaz de Barros já tinha vindo a S. Paulo muito antes daquelas épocas, pois consta que era capitão-mor governador da dita capitania pelos anos de 1602 (Cart. da provedoria da fazenda real, e arquivo da câmara de S. Paulo). Neste arquivo da câmara de S. Paulo se vê que para se tomar um assento em câmara sobre a vinda de quatro soldados espanhóis de Vila Rica do Espirito Santo da província do Paraguai, foi neste ato presidente Pedro Vaz de Barros, como capitão-mor governador de S. Paulo. Caderno de vereanças tit. 1601.Em 1605 voltou para Portugal, mas retornaria ao Brasil.”

« Pedro Vaz de Barros e seu irmão Antônio Pedroso de Barros foram pessoas de qualificada nobreza e vieram ao Brasil providos, Antonio em capitão-mor da capitania de São Vicente e São Paulo, e o irmão Pedro Vaz de Barros em ouvidor da mesma capitania, com cláusula que, falecendo Antônio Pedroso, fosse capitão-mor governador e também ouvidor o irmão Pedro Vaz, e falecendo este acumulasse Antônio Pedroso os dois cargos, como se vê da carta patente passada em Lisboa em 1605, pela qual tomou posse Antônio Pedroso na câmara de São Vicente em 1607, que está registrada no arquivo da câmara de S. Paulo.

No cartório do tabelião da vila de São Vicente se acham autos de justificação de nobilitate probanda, titulo, o capitão Valentim de Barros, nascido em 1643, e escrivão deles o tabelião Antonio Madeira Salvadores. E também os autos de justificação do capitão Fernão Pais de Barros, ano de 1678, escrivão deles o mesmo tabelião Salvadores. Destes dois autos consta que Pedro Vaz de Barros viera à capitania de São Vicente em serviços da coroa, e que, voltando ao reino, tornara à mesma capitania, provido em capitão-mor governador dela. Que seu irmão Antônio Pedroso viera à vila de São Vicente, onde chegara com o tratamento de homem nobre, trazendo criados brancos que o serviam, e casara na dita vila com uma filha de Jerônimo Leitão que tinha sido capitão-mor governador da capitania de São Vicente, em cuja vila ficara sendo morador dito Antônio Pedroso de Barros. Deste matrimonio há descendência na vila de São Vicente, conhecida nos Pedrosos Barros.

Estes dois irmãos Antonio Pedroso e Pedro Vaz (pelos autos referidos) eram naturais do reino do Algarve, de onde passaram a ser moradores de Lisboa”.


“Nesta corte tiveram um primo direito, que foi o licenciado Antônio de Barros, presbítero secular e capelão que foi de el-rei. Este Padre Antônio de Barros teve duas irmãs: Helena de Mendonça e Maria de Mendonça, casadas com pessoas cavalheiras; elas fundaram na vila de Almada o convento de Nosssa Senhora da Piedade, onde se recolheram ditas fundadoras, que também foram irmãs de Jerônimo Lobo e de Antônio Lobo, que, seguindo o real serviço na milícia, foram ambos despachados para a Índia. Destes mesmos foi irmão frei José de Jesus Maria, religioso da Cartuxa, como consta dos referidos autos, de que se deu instrumento a Fernão Pais de Barros, registrados em 1762 na câmara de S. Paulo."


O capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros faleceu com testamento em 1644 e foi casado com Luzia Leme, falecida em 1655, filha de Fernão Dias Paes e de Lucrécia Leme. Somos tambem descendentes de familia Leme com patriarca Martim Lem de Bruges na Belgica.

Filhos de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme:

· 1 - Capitão Valentim de Barros saiu de S. Paulo no posto de alferes de infantaria da companhia do mestre de campo Antonio Raposo Tavares, que no ano de 1639 foi socorrer Pernambuco em poder dos holandeses. Chegando Valentim de Barros à Balia, nela se embarcou na armada com o conde de Castelo Novo, e marquês de Montalvão D. Jorge de Mascarenhas, contra os holandeses. Estando estes já de posse do centro da cidade de Pernambuco e seus contornos, voltou o alferes Valentim por terra usando suas armas contra o inimigo até a Balia na companhia do mestre de campo Luiz Barbalho Bezerra. Seus serviços de valoroso soldado, com os índios que levou de S. Paulo, mereceram-lhe por parte do marquês vice-rei a promoção do posto de alferes ao de capitão de infantaria.

Casou-se o capitão Valentim na Balia com Catharina de Góes e Siqueira, natural da Balia, irmã de João de Góes de Araujo, ouvidor do cível da relação daquela cidade em 1666, f.ª de Jorge de Araujo de Góes e de Angela de Siqueira, ambos naturais da Balia, n. p. de Gaspar de Araujo, natural de Ponte de Lima, e de Catharina de Góes, natural de Lisboa, n. m. de Sebastião Pedroso de Barros, natural de Viana do Minho, e de Leonor de Siqueira, natural da Balia. Depois da morte de seu pai, resolveu o capitão Valentim Pedroso vir morar em S. Paulo trazendo sua mulher Catharina, que foi acompanhada de sua irmã Leonor de Siqueira e do irmão André de Góes de Siqueira que veio depois provido no cargo de provedor e contador da fazenda real da capitania de S. Vicente e S. Paulo, por provisão passada por D. Vasco de Mascarenhas, conde de Óbidos e vice-rei, em 1666.

Faleceu o capitão Valentim de Barros em S. Paulo em 1651 e teve 2 f.ºs:
1-1 Fernando
1-2 João

A viúva Catharina casou-se 2.ª vez com dom João Matheus Rendon, viúvo de Maria Bueno de Ribeira e foram morar na Ilha Grande


2 - Antônio Pedroso de Barros, bandeirante, filho de Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme.

Faleceu em 1652 com testamento. Foi potentado pelo número de 600 índios que possuía nas suas fazendas de cultura.
Em 1650 já havia muitas fazendas pela região conhecida por Caioçara, nome conservado até hoje. Confinam-se os bairros Caioçara de Jarinu e de Atibaia. Os bandeirantes, contornando pela esquerda o morro da Cangica, teriam atingido o altiplano onde foi construído o prédio da estação de Campo Largo, da Estrada de Ferro Bragantina. Nas imediações situava-se a próspera fazenda de Antônio Pedroso de Barros e dessa propriedade teriam partido os movimentos conducentes ao desbravamento da região.

O aparecimento do burgo de Atibaia data de 1665. Em 1653 (doze anos antes, portanto), no inventário de Antônio Pedroso de Barros, constam as divisas da região denominada Caioçara, cujas terras pertencem, hoje, parte ao município de Jarinu e parte ao de Atibaia.
Nas terras situadas antes de Juquerí (hoje Mairiporã), para quem parte de São Paulo, havia propriedades de bandeirantes notáveis como Antônio Pedroso de Alvarenga, Brás Cardoso, Paulo Pereira, Pedro Fernandes, Mateus Luís Grou, Francisco Rodrigues Velho e seus irmãos e outros sertanistas.
A aventura de sua vida é narrada em «Marcha para o Oeste», livro de Cassiano Ricardo, onde o autor afirma: «Outros bandeirantes no rumo oeste e noroeste foram os Pedroso (Pedroso Xavier e Pedroso de Barros). Antônio Pedroso de Barros e Luís Pedroso de Barros, dois irmãos, penetraram, via fluvial, os oestões matogrossenses, o primeiro conduzindo uma bandeira em que havia 500 índios e o segundo 1.200.
As bandeiras eram famílias inteiras. o objetivo estava muito distante e as tribos indígenas eram das mais ferozes e destemidas. Pelos rios Tietê, Paraná, Pardo[desambiguação necessária], Coxim e Taquari, 520 léguas tinham a percorrer. E os índios eram os paiaguás e os guaicurus, os primeiros eram senhores dos rios ("índios peixes") e os segundos eram os famosos índios cavaleiros. Os "paiaguás eram os muros fechando as minas de Cuiabá" e "bugres terríveis, quanto mais matavam, mais queriam matar".

Silva Leme conta de sua família na «Genealogia Paulistana». Como consta de seu inventário com testamento (Cartório de Ofícios de São Paulo) morreu em 1652, sendo seu testamento escrito por seu concunhado Francisco Dias Velho, por estar o testador em artigo de morte. Nele declarou ser filho de Luzia Leme, ser irmão dos capitães Fernão Pais de Barros e Pedro Vaz de Barros, e ser genro de Inês Monteiro de Alvarenga.

Casou em São Paulo em 1639 com Maria Pires de Medeiros, filha do capitão Salvador Pires de Medeiros e de Inês Monteiro de Alvarenga, chamada «a matrona». Deixou 4 filhos legítimos e quatro bastardos:

Os filhos legítimos de 2. Antonio Pedroso de Barros:

2- 1 - Pedro Vaz de Barros (antepassado do meu ramo de familia)
2- 2 - Antônio Pedroso de Barros.
2- 3 - Inês Pedroso de Barros
2- 4 - Luzia Leme de Barros.

Os filhos bastardos:
2-5 - Sebastiana, filha de Maria pequena.
2-6 - Paulo, filho de Maria pequena.
3-7 - Pascoal, filho da índia Vitorina.
3-8 - Ventura, filho da índia Iria.

3 - Luís Pedroso de Barros, f.º do capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme, saiu em 1639 no posto de capitão de infantaria na mesma expedição de que fez parte seu irmão o capitão Valentim Pedroso (Cap. 1.º) que de S. Paulo foi socorrer a Bahia e Pernambuco contra a invasão dos holandeses. Levou o capitão Luiz Pedroso em sua companhia muitos índios de sua propriedade, sendo governador e capitão-mor de toda a expedição Antonio Raposo Tavares. Na Bahia casou-se o capitão Luiz Pedroso de Barros com Leonor de Siqueira, irmã inteira de Catharina casada com o capitão Valentim Pedroso do Cap. 1.º, e voltou a S. Paulo trazendo sua mulher que faleceu em 1699, e o capitão Luiz Pedroso em 1662 no sertão dos Serranos, no reino do Peru, para onde tinha feito uma entrada, depois que voltou da Bahia. Teve de seu consórcio 2. f.ªs.


4 - Pedro Vaz de Barros (filho) o Vaz Guaçu, com o mesmo nome do pai, que foi fundador e padroeiro da capela de São Roque, termo da vila de Parnaíba, depois comarca de São Roque. A este opulento fazendeiro se deve a fundação do povoado de São Roque, entre Parnaíba e Sorocaba, no vale do rio Tietê e, mais tarde um pouco, entre São Roque e São Paulo de Piratininga começou o núcleo de Cotia, capela curada em 1662 e vila em 1664.

"Pedro Vaz de Barros tinha mais de 1.200 índios e índias, alem da sua família, na sua fazenda de São Roque"
Morreu em São Paulo em 1695. Deixou 15 telas no espólio, que totalizava 3.319$986; três quadros, cujos assuntos não se descrevem, foram avaliados em 4$800, e 12 «painéis de madamas» avaliados em 2 cruzados cada. Seriam composições de moda, abrejeiradas, figurinos franceses do fim do século XVII?
Não foi casado mas deixou nove filhos bastardos que seguem, de diversas mulheres, como consta do seu inventário em 1676. Foram eles:
(4-1) Brás Leme de Barros, filho da mameluca Justina;
(4-2) Joana Vaz de Barros, filha da mameluca Justina;
(4-3) Maria Vaz de Barros (filha da mameluca Justina;
(4-4) Isabel, filha de Catarina;
(4-5) Lourença, filha de Teresa;
(4-6) Margarida, filha de Rufina;
(4-7) Mariana, filha de Maria;
(4-8) Páscoa de Barros (filha de Bárbara do Amaral)
(4-9) Leonor, idem.

4-1 Brás Leme de Barros foi instituído herdeiro do grande cabedal de seu pai, e casou com sua prima irmã Iñácia Pais de Barros filha bastarda de Fernão Pais de Barros, irmão de Pedro, e de uma crioula de Pernambuco; Inácia casou, ao enviuvar, com o sargento-mor João Martins Claro.
A seu respeito, escreveu Pedro Taques na «Nobiliarquia Paulistana»:
«Nesta sua capela teve sua maior assistência. Foi a sua casa e fazenda uma povoação tal que bem podia ser vila, e ainda hoje as casas que foram de sua residência servem de padrão que lhe acusam a maior magnificência, como obra daquele tempo. Teve muito grande tratamento, correspondente aos grossos cabedais que possuía, entre cujos móveis teve uma copa de prata de muitas arrobas. A sua casa era diariamente freqüentada de grande concurso de hóspedes, parentes, amigos e estranhos, que todos concorriam gostosos a fazer-lhe uma obsequiosa assistência. Todos eram agasalhados com grandeza daquela mesa, na qual com muita profusão havia pão e vinho da própria lavoura, e as iguarias eram vitelas, carneiros e porcos, além das caças terrestres e voláteis, das quais os seus caçadores atualmente conduziam com fartura, e por isso de tudo havia com abundância, e com tanta prevenção que, a qualquer hora da tarde que chegavam novos hospedes, estava a mesa pronta, como se para estes fora conservada. Foi cognominado - Grande - chamando-se-lhe assim pelo idioma brasílico: - Pedro Vaz Guaçu.»
A ele dirigiu o rei uma carta pedindo seu auxilio a frei Pedro de Sousa que em 1682 fora incumbido de examinar as minas de ouro, prata e cobre no termo da vila de Sorocaba. Continua Taques: « O seu nome foi respeitado em todo o Brasil com veneração. Governando a cidade da Bahia Alexandre de Sousa Freire, escreveu este a Pedro Vaz de Barros em 1669, expondo-lhe os danos e hostilidades que experimentavam os moradores do recôncavo da Bahia dos bárbaros índios que, em repetidos assaltos, iam acabando aos ditos moradores, pedindo-lhe quisesse ir de socorro para conquistar os reinos dos ditos bárbaros, e fazer nisto particular serviço a S. Majestade, e resgatar a Bahia da infecção destes índios. Teve efeito este socorro no mês de Maio de 1671, em que na vila de Santos se embarcou a recruta desta gente que, chegando à salvamento à Bahia, penetraram o sertão, onde conseguiram tão feliz vitória contra os bárbaros que o governador geral se antecipou a dar conta dela em 1673 aos oficiais da câmara de S. Paulo, para que aplaudissem a glória dos seus naturais, que inteiramente tinham destruído os principais reinos e aldeias, que havia muitos anos, infeccionavam aquele estado. Destruídos os inimigos, morreram dos prisioneiros acima de 800 homens no mesmo sertão de uma quase peste, e só chegaram a cidade 1.500, os quais foram repartidos pelos soldados e cabos de guerra, (da qual tinha sido encarregado com caráter de governador Estevão Ribeiro Baião Parente) na forma do assento que antes desta guerra se havia tomado sobre o cativeiro destes inimigos, com presidência do Governador geral do mesmo Estado, depois de ouvidos os teólogos que na matéria deram o seu voto.»

Comenta Taques: Tal era a moral e direito das gentes daquele tempo. Mas sem o interesse do serviço dos índios não teriam feito os paulistas tão dilatadas e pasmosas jornadas pelo sertão, que ocasionaram os descobrimentos que hoje estão povoados. «Pedro Vaz de Barros tinha mais de 1.200 índios e índias, alem da sua família, na sua fazenda de São Roque.»

Morreu em São Paulo em 1695. Deixou 15 telas no espólio, que totalizava 3.319$986; três quadros, cujos assuntos não se descrevem, foram avaliados em 4$800, e 12 «painéis de madamas» avaliados em 2 cruzados cada. Seriam composições de moda, abrejeiradas, figurinos franceses do fim do século XVII?

5-Fernao Paes de Barros foi um dos cavalheiros de maior respeito e tratamento. Como refere Pedro Taques: "recebeu honrosíssima carta firmada pelo punho do rei Dom Pedro em 1678. A natureza dos seus serviços consta dos autos de justificação que fez deles em S. Paulo em 1685, sendo escrivão o tabelião Roque Mendes da Silva e juiz ordinário Diogo Barbosa do Rego. Deles consta que Fernão Paes de Barros assistira sempre com a sua pessoa, fazenda, criados e escravos, e acudira a todos os rebates da praça de Santos em tempo que os holandeses infestavam a costa. Vindo a S. Paulo o doutor Damião de Aguiar, corregedor da capitania, a prender a Manoel Coelho da Gama, régulo facinoroso, como com efeito o prendeu, intentaram os sequazes do mesmo régulo tirá-lo em caminho,matando ao dito corregedor, e para se evitar este risco foi Fernão Paes de Barros acompanhar até a vila de Santos o dito doutor desembargador, escoltando-o a sua custa com um grosso corpo de armas, que para isso formou. Achando-se em S. Paulo o corregedor Sebastião Cardoso de S. Paio, o acompanhou três léguas a pé para se destruir uma casa forte, guarnecida por criminosos réus de culpa capital, para cuja ação levou Fernão Paes de Barros muitos dos seus parentes, criados e escravos. Escrevendo o príncipe dom Pedro em 1664 que desse ajuda a favor ao governador Agostinho Barbalho Bezerra, que vinha enviado para o descobrimento das minas das esmeraldas, lhe deu Fernão Paes de Barros da sua fazenda mil varas de pano de algodão, armas e mantimentos para a jornada que fazia dito Barbalho, com sessenta arrobas de carne de porco, que tudo consta da certidão que do conteúdo se lhe passou em 1666 em 9 de agosto. Quando chegou a S. Paulo o tenente-general Jorge Soares de Macedo, e apresentou em câmara aos 30 de Novembro de 1678 as reais ordens que trazia para a diligência a que vinha, de ir a Montevidéu a descobrimento de minas de prata, por se achar a real fazenda da província de Santos sem dinheiro algum, comunicando Jorge Soares esta matéria com Fernão Paes de Barros, este entregou aos oficiais da câmara de S. Paulo 300$ em moeda corrente, oferecendo também toda a praia de sua copa para que se vendesse, fundisse ou empenhasse, de sorte que por falta de dinheiro não parecesse o real serviço na diligência para que vinha destinado dito Jorge Soares. Isto consta de um termo lavrado no livro das vereanças; e do mesmo livro consta mais que o mesmo Fernão Paes dera três homens do gentio da terra, bons sertanistas, para acompanharem dito Soares na jornada, para a qual fez grande despesa, sem fruto algum. No mesmo livro ainda se lê que Fernando Paes andava no real serviço gastando a maior parte de sua fazenda.

Quando se estabeleceu a paz de Holanda em cinco milhões, e o casamento da infanta de Portugal d. Catharina em dois milhões pediu el-rei dom Pedro aos seus vassalos um donativo para o pagamento dos sete milhões, e Fernão Paes de Barros se distinguiu entre os mais paulistas, dando para o dito chapim em moeda corrente 600$. Vindo a S. Paulo o fidalgo dom Manoel Lobo em 1679, pelo qual o mesmo príncipe dom Pedro escreveu à Fernão Paes a carta de que acima fizemos menção, o hospedou todo o tempo que dom Manoel Lobo esteve em S. Paulo, com tanta grandeza, como se vê da carta que ele escreveu da Nova Colônia em 25 de fevereiro de 1680, registrada no arquivo da câmara de S. Paulo. E como o mesmo dom Manoel Lobo ia fundar a sobredita colônia do Sacramento, lhe deu Fernão Paes de Barros, para ajuda dos gastos, 100$ em dinheiro e três cavalos dos melhores que tinha em sua cavalariça.

Querendo passar da vila de Santos para S. Paulo dom Rodrigo de Castello Branco, superintendente geral dos descobrimentos das minas de ouro e prata, lhe faltavam para conduzir a fábrica de S. Alteza, os índios das aldeias do real padroado, e a tudo supriu Fernão Paes de Barros, mandando para o Cubatão a sua custa o troço de gente que bastou para a condução do dito dom Rodrigo e a fábrica que trazia, pertencente à fazenda real, a cuja provedoria poupou Fernão Paes o melhor de 100$, como consta das certidões do seu serviço ".

Teve sua fazenda de cultura em Araçariguama, onde fundou a capela de Santo Antonio, com altar mór de excelente talha dourada.

Casou-se no Rio de Janeiro com Maria de Mendonça, de quem não deixou f.º algum, porque com ela não teve vida marital pela razão de descobrir sobeja prova contra a pureza do sangue dessa senhora, entretanto teve ela grande tratamento e estimação como legítima esposa de Fernão Paes de Barros. Faleceu em 1709 com testamento e teve em solteiro de uma crioula de Pernambuco uma filha natural que foi:

5-1 Ignacia Paes de Barros que 1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, f.º herdeiro do Cap. 4.º. - Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a 2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo


6.Sebastiano Paes de Barros, capitão Sebastião Paes de Barros foi também muito notável pelos serviços prestados à coroa; esteve na qualidade de cabo em Tocantins e no Maranhão com o governador Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho. Foi casado com Catharina Tavares f.ª de Francisco de Miranda Tavares e de Izabel Paes Borges de Cerqueira, por esta, neta de Simão Borges de Cerqueira e de Lucrecia Leme. Faleceu Catharina Tavares em 1671 e seu marido em 1674.

7. Jeronimo Pedroso Em 1641, chegou ao oeste do Rio Grande do Sul a última expedição de vulto, com o objetivo de capturar índios e saber notícias dos membros da expedição anterior. O líder da bandeira era Jerônimo Pedroso de Barros e como seu lugar tenente Manoel Pires, sogro de Antônio Raposo Tavares.
Nessa altura, os índios já estavam bem armados e instruídos sobre táticas de guerra. O principal confronto se deu nas barrancas do rio Uruguai, na sua margem direita, entre os arroios M’Bororé e Acarágua.
O exército missioneiro contava com proximadamente 4.000 índios, vindos de várias reduções, dos quais 300 estavam armados com arcabuzes e contavam também com peças de artilharia feitas com bambu, recobertas com couro. O índio que o chefiava se chamava Inácio Abiuru, auxiliado pelo também índio Nicolas Neenguiru, que basearam-se num plano militar bem urdido pelo Irmão Domingo Torres, ex-militar, que, junto com outros religiosos, treinara os índios. A bandeira era composta por 400 paulistas e perto de 2.500 índios tupis, além de mamelucos e escravos negros. Não tardou para ocorrer o embate, sendo os bandeirantes derrotados. Os que conseguiram fugir foram perseguidos e novos confrontos ocorreram. Um deles chegou a demorar oito dias. Em 25/03/1641, numa sexta-feira santa, o combate findou, com a plena derrota dos invasores.


No dia 28/03/1641, na Páscoa, o exercito missioneiro retornou glorioso e comemorou a vitória.
Na primeira fase das reduções do Paraguai estima-se que mais de 300.000 índios foram aprisionados pelos bandeirantes paulistas e transformados em escravos.
Na segunda fase, quando do surgimento das missões que constituíram os sete povos, a organização jesuítica teve mais consistência, mais força material, mais condições para lutar pela cateques. Os paulistas já não mais eram uma ameaça.


8.Lucrecia Pedroso de Barros foi casada com Antonio de Almeida Pimentel de conhecida nobreza pela qual teve em S. Paulo e na Bahia grandes estimações. Foi natural de Portugal. Segundo refere Pedro Taques, Antonio Pimentel, enviuvando em 1648 de Lucrecia Pedroso, passou para a cidade da Bahia onde casou 2.ª vez e deixou f.ºs com descendência ali muito conhecida pela sua qualidade. Da Bahia passou Antonio de Almeida Pimentel para o reino de Angola onde faleceu em 1653. Lucrecia Pedroso Cap. 8.º teve a f.ª única. (C. O. de S. Paulo):

8-1 Maria de Almeida Pimentel, com um mês e meio de idade quando faleceu sua mãe, batizada em 1648 em S. Paulo, casou com o capitão-mor Thomé de Lara e Almeida e foram moradores em Sorocaba. Com grande geração em Tit. Taques Pompeus.


SUPLEMENTO :

O fluxo genealógico e sua importância na história da humanidade nós faz ánalisar que cada um de nós tem 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 4ºs avós, 64 5ºs avós, etc, etc numa progressão geométrica que nos dá 500 milhões de 28ºs avós, ou seja, cada um de nós, hoje vivo, tem um número maior de 28ºs avós do que a população da terra a meros 800 anos atrás! -
Racionalizando este fato científico/matemático pode-se afirmar que esse fluxo contínuo de avós nos transforma a TODOS em parentes com um ancestral comum através do qual somos primos em algum grau de todos os seres humanos existentes na terra no dia de hoje....


Existem alguns estudos sobre a ascendencia ainda muito discutida (!) de Pedro Vaz de Barros de ser "judeu sephardita" (leia aqui :polemica Pedro Vaz de Barros - . Entre certos historiadores e genealogistas ainda há polêmicas e, sobretudo, nenhum fato claro e provado, nem cartas incontradas. O téma nasceu no inicio do sex XIX e sim, é muito interessante,  mas acho tambem interessantes as historias de estes patriarcas NO BRASIL, e sobretudo as interligações das varias familias, culturas, os indios e seus descendentes mamlucos etc etc.

Acredito que a genealogia e a história não devem ser usadas para questões religiosas ou políticas de vários lobbies de história, nem para sociedades religiosas e privadas ou por protagonismo pessoal de certa gente para "classificar" de novo duas religiões. Hà algo de "racista" na minha opinião. São nossos antepassados de sanguee não importa a religão "a raça" (palavra tambem polemica) ou o estado social .
Eu gostaria discutir objetivamente e possivelmente cientificamente fatos dados em documentos na historiografia e, claro, continuar pesquisando e discutir sobre membros da familia, terras, lutas etc. É por isso que estou sempre entusiasmada com as memórias familiares, bem como documentos escritos e fotográficos, que são uma parte importante da pesquisa na vasta historiografia.



Abraços Tiffany